39. Lado Diferente Da Moeda.

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Leiam as notas finais, pfvr.

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Três semanas depois

- Você já não teve o suficiente por hoje? – A voz do meu pai me tira do foco bêbado em que eu me encontro, bebendo whiskey sozinho no escuro do meu quarto. Fecho meus olhos ardentes, sentindo a familiar tontura me abraçar; é a única coisa que tem me acompanhado nas últimas três semanas. – No caso, já não teve o suficiente por toda a sua vida?

- O que você quer? – Pergunto arrastado, minha língua pesada como efeito de qualquer que seja a droga que eu comprei de um cara da escola. Eu nunca usei drogas, mas não consigo descansar sóbrio.

- Os documentos estão aqui, você precisa assiná-los. Louis ainda tem meios de processar você, mesmo Jay garantindo que ele não tem essa intenção. – Ele suspira e se joga na poltrona perto da janela, aquela que Louis costumava sentar. Eu sinto tanta raiva dele quanto sinto amor, é enlouquecedor. – E não pense que eu e sua mãe não sabemos das drogas. Você vai acabar sendo expulso do time e vai perder Harvard.

- Eu não vou assinar porra nenhuma, pai. Eu teria feito qualquer coisa para consertar o que eu fiz, mas se ele quis fazer de mim um vilão, então eu vou ser. Espero que ele seja infeliz e sinta tudo de ruim que eu sinto pelo resto da vida dele, que nem eu. – Sorrio um sorriso fraco para o meu pai e me sento reto na poltrona, seus olhos me analisando como um domador. Não sou um animal; nunca me senti tão lúcido ou tão racional. – Eu não ligo nem se todo mundo nessa cidade, nesse país, souber que eu estou me drogando. Você pode consertar tudo, não pode? Você tem dinheiro pra fazer isso ir embora se quiser.

- Você não é assim. – Ele diz firmemente. – Meu filho tem mais orgulho e força de vontade do que isso. Você sempre quis ir para Harvard e conquistar as coisas por mérito próprio, mesmo quando não conseguia ser a sua melhor versão. Eu não o reconheço.

- Quem é você para dizer quem eu sou? – Questiono com sarcasmo, soltando uma risada. – Você só se importa em fazer mais e mais dinheiro e construir casas na porra da África para limpar sua consciência, enquanto eu fico aqui, mofando nesse mausoléu. Se você tivesse estado aqui quando eu estava precisando, eu não teria marcado Louis.

- Você tem... 72 horas para dar um jeito na porra da sua vida, moleque. Eu vou para o interior visitar uns fornecedores e se você não estiver sóbrio quando eu for embora, vou levar você comigo e te internar numa clínica de reabilitação de super proteção. Só vai sair de lá ou ver alguém quando eu decidir que já chega, estamos entendidos? – Ele não é acolhedor e compreensivo enquanto fala; é severo e me segura pelos ombros com uma força bruta. Ele se impõe sobre mim como um lúpus mais velho e eu fico calado apenas porque estou bêbado demais e drogado há dias demais para ter alguma resposta espirituosa o suficiente para chocá-lo.

Ele anda para fora do quarto e leva a garrafa de whiskey consigo, recolhendo da minha mesa o pacote com as pílulas coloridas que eu comprei. Ele pode tê-las, se quiser. Eu posso comprar mais.

Na primeira semana sem Louis, eu só bebi, dormi e vomitei naquele quarto de hotel. Perdi cada gota de sanidade e chorei como se eu fosse um bebê, inconsolável. Eventualmente, Liam e Zayn se cansaram do show e decidiram voltar para Londres, mas chamaram meus pais antes e eu voltei para casa em meio a um coma alcóolico.

Quando eu finalmente voltei para aula, semana passada, Louis tinha virado todos contra mim. Ele contou em detalhes a história de como eu o marquei contra vontade para qualquer um que quisesse ouvir e as pessoas realmente queriam ouvir, especialmente depois do ocorrido na minha festa de aniversário. Foi degradante saber que ele estava fazendo aquilo exclusivamente para me magoar e pedi que dissessem a ele para parar, coisa que ele surpreendentemente fez. Comprei as drogas nessa semana porque vê-lo nos corredores e nas aulas é um pouco demais para mim.

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