43. Infinitas Vezes.

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Harry's POV.

Desde que Louis desligou o telefone naquele domingo — ele provavelmente me bloqueou — eu não consigo parar de pensar no que eu disse. Eu achei que o ponto mais baixo da minha vida tinha sido marcar Louis sem sua permissão e antes disso eu pensei que várias outras ocasiões tinham sido o ponto mais baixo da minha vida, mas nada se compara a dizer ao meu ômega grávido que eu não estaria lá por ele, como se eu não ligasse nem um pouco.

A culpa que está me comendo vivo não vai consertar nada. Eu me arrependo do que disse tão profundamente, mas ainda assim, não consigo mover um único dedo. Eu passo por ele nos corredores todos os dias e nós temos aulas e aulas juntos e nada sai de dentro de mim. Talvez porque eu saiba que "desculpa" é só uma palavra e eu não sei o que fazer pra me tornar alguém que mereça ter tudo de volta.

Saber que Louis está esperando um filho meu coloca absolutamente tudo em perspectiva.

No entanto, as palavras do meu médico continuam ecoando na minha mente. Não podemos voltar. Não estamos prontos pra voltar; eu não esqueci as coisas ruins que ele disse e fez e muito menos as coisas que eu mesmo disse e fiz.

Talvez nas primeiras semanas, eu estivesse cheio de arrogância o suficiente pra achar que ele estava tentando acabar comigo, mas não durou. Não se foge da verdade e a verdade é que eu preciso encontrar uma forma de ser quem Louis precisa que eu seja, não tanto pelo nosso relacionamento — porque isso depende dele também — mas porque eu não quero imaginar, daqui alguns anos, que eu tenho um filho que eu nunca conheci. Eu quero fazer parte da vida desse bebê.

Agora, dois meses e 25 sessões a mais de terapia, eu me sinto mais inclinado a fazer algo certo. Eu estou aguardando minha carta da universidade para fazer meus planos, descobrir como estarei por perto de Louis durante os tempos difíceis. Sua barriga está começando a se fazer presente agora que ele está com três meses, mas eu não contei para ninguém ainda porque não sei como meus pais vão reagir.

Eu fiquei surpreso em saber que Jay não contou aos meus pais e fiquei surpreso que Louis não contou aos seus amigos. Faz sentido que ele queira manter isso para si mesmo, considerando a minha atitude imbecil em relação ao assunto. Ele se tornaria vulnerável demais sem um apoio, embora não mostre sinal algum de fraqueza; ele anda com uma expressão contente, como se estivesse se sentindo realizado e... centrado.

- Os meses se passaram e você ainda não tirou esse olhar de cachorro que caiu da mudança da sua cara. Você e Louis estão terminados há três meses e não se falam desde o baile da primavera. Quando você vai consertar as coisas? — Zayn me pergunta, olhando seriamente para mim quando Louis sai de sua aula com Perrie ao seu lado, dando risada como se estivessem em um filme. É uma das primeiras vezes que me sinto bem olhando para ele desde que tudo aconteceu; eu passei um longo tempo irritado com ele.

- Eu não posso consertar as coisas. Eu não sei se eu mereceria uma chance, se tentasse. — Me vejo falando enquanto andamos devagar pelo mar de alunos, tentando sair de um dos nossos últimos dias de escola. Tem sido uma bagunça de provas e testes de aptidão, mas já sinto falta desse lugar. — Eu fui mais longe do que você pensaria que eu sou capaz.

- Do que você está falando? — Ele me questiona e eu faço um sinal com a cabeça, pedindo para ele esquecer. Como vamos voltar para casa juntos hoje, esperar minhas cartas como temos feito desde que ele e Liam receberam as suas de Brown, Yale, Princeton e Columbia, ele me acompanha até o meu carro. — É sério, Harry, algo está acontecendo. Eu já dei o seu tempo o suficiente, agora eu quero saber. Você está usando drogas de novo ou algo do tipo?

- Não, que coisa! — Respondo meio ofendido enquanto dirijo pra casa, esperando que ele solte do assunto. A música é abruptamente desligada e eu o encaro seriamente pelo canto dos olhos. — Zayn.

Find  || L.S. ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora