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28. Predador Insaciável.

Foi uma longa semana de cio.

Quando acordamos na manhã seguinte à nossa primeira vez juntos, estávamos completamente fora de nosso juízo perfeito. Eu disse coisas que jamais diria em sã consciência, fiz coisas que eu nunca conseguiria fazer sem desmaiar de vergonha. E teve Harry.

Harry, que sempre se mostra em sua condição mais controlada para mim, estava muito diferente. Não foi um diferente ruim, apenas algo que eu não vejo muito nele; a dominância, a impaciência, 0 desejo incontrolável de me ter ao redor dele, de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Ele estava selvagem, liberou o predador insaciável que mora dentro dele e eu sinto arrepios na pele apenas pela lembrança.

Foi a melhor coisa que eu já tive o prazer de viver - literalmente. Não só pelo sexo, que foi ótimo, mas também pela oportunidade de estar tão próximo, de me sentir tão ligado à ele. Foram dias intensos; se eu me levantasse da cama enquanto ele dormia, sabia que acordaria em segundos e que estaria vindo atrás de mim.

Os lampejos de consciência estiveram ao nosso favor e acabamos conseguindo nos manter limpos, alimentados e completamente livres de qualquer possibilidade de gravidez. Como o previsto, Harry quebrou o próprio celular quando o alarme soou pela primeira vez, então acabamos dependendo do meu e da boa vontade dos deuses para saber a hora certa de tomar os remédios. Mesmo com a pílula que me impede de engravidar, Harry ainda preferiu usar as camisinhas de sabor apenas para garantir, alegando que não gostava de arriscar em certas coisas.

Ele está certo.

Estamos a seis meses de partirmos para a faculdade, eu realmente entendo a preocupação dele quanto a isso. Às vezes, eu fico meio nervoso quando ele fala sobre o assunto com tanto desprezo pela ideia de ter um filho agora, mas é o que eu deveria pensar também. Eu deveria ter ainda mais medo de ter um filho, porque seria eu quem ficaria grávido e eu ainda tenho um futuro incrível me esperando.

- Feliz aniversário, amor. - A voz matinal extremamente rouca de Harry me desperta, me fazendo olhar para ele. Sorrio pelo fato de que ele realmente lembrou, apesar de toda a confusão dos últimos dias. - Finalmente, um certo Sr. Tomlinson tem 18 anos e quase pode ser chamado de adulto.

- Obrigado, garotão. - Deixo que ele fique bem próximo, enlaçando minha cintura com um braço e estendendo um pequeno embrulho azul com o outro. Olho para ele com ansiedade, sempre adorei presentes. - O que temos aqui?

- Veja você mesmo. - Ele acaricia minha cintura por cima da blusa longa que eu estou usando, que, por acaso, pertence a ele. Estamos praticamente nús no meio da cozinha já que Harry só se deu ao trabalho de procurar uma boxer, mas não é como se não tivéssemos transado aqui também.

- Você... - Começo a falar quando abro o embrulho, mas perco a linha de raciocínio ao ver o que é. Uma pulseira delicada de ouro branco, com pingentes de brilhantes que são diferentes de qualquer coisa que eu já vi; um gatinho pelo apelido, uma flor pela jardinagem, um piano pela música, um bailarino pelo balé e um 18. - Você deve ter levado uma vida para achar essas coisas, elas parecem tão.. únicas. Quase como se tivessem sido feitas sob medida. Obrigado, Harry, eu amei, de verdade.

- Isso porque elas realmente foram feitas sob medida. Eu pedi ao assistente do meu pai que me colocasse numa reunião com um dos designers da joalheria da família, e aí nós conversamos. Ele desenhou tudo e depois mandou fazer, para ser tão único quanto você. - Ele conta com um sorriso leve, me ajudando a colocar a pulseira no braço. Fico lisonjeado pelo cuidado que ele teve em fazer algo que se parecesse comigo, algo que eu realmente vou querer usar e não apenas uma jóia que ele foi na joalheria e comprou. - Tem um pingente para cada aspecto da sua vida, e tem mais alguns naquela caixinha ali no fundo da sacola, se você quiser ver. Fico feliz que tenha gostado, Lou. Eu me jogaria naquela água congelante lá de fora se você não tivesse gostado.