25. A Pessoa Mais Adulta.

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Ontem pela manhã, logo após a estranha conversa no jantar sobre o cio em sincronia, eu notei algo diferente em Harry. Ele tinha a expressão mais séria, o corpo mais quente, e mesmo sua voz parecia mais rouca. Achei que não fosse passar de uma simples carranca matinal até a hora do almoço, quando ele me olhou de um jeito que ele nunca tinha me olhado antes e aquilo acendeu uma fogueira dentro de mim.

Hoje, estamos na hípica para um dia em família das nossas famílias e de alguma forma, ele está agindo diferente. Não diferente ao ponto de ser estranho, mas é como se ele pudesse ver através das minhas necessidades, cada instinto alfa lúpus se potencializando e ao mesmo tempo que estou com um pouco medo, não posso evitar em me sentir ligeiramente excitado por isso. Ele nunca me pareceu tão homem e tão pouco garoto, ou então, nunca me pareceu tão... dominante.

E a cada dia em que ele fica mais "dominante" pela chegada do cio, eu me revelo mais e mais manhoso, quase submisso.

- Louis! - Ouço a voz dele me chamar ao longe, já que ele está montado em um cavalo marrom que ele alega ser o melhor em que ele já esteve em toda a sua vida. Quando eu me viro para encará-lo de onde estou sentado para vigiar os bebês enquanto os adultos levaram as mais novas para olhar ao redor, vejo seu sorriso enorme. - Vem aqui!

- Não posso, os bebês! - Respondo alto para que ele me ouça e assim, ele sai de cima do cavalo totalmente vestido como um jóquei e vem até mim. Ele se senta na cadeira ao meu lado, pegando uma maçã das frutas em cima da mesa.

- Você ainda não andou a cavalo e daqui a pouco nós vamos almoçar. - Ele sorri ainda, bochechas vermelhas de calor e os olhos brilhando. Me conhecendo como eu sei que ele me conhece a esta altura do campeonato, isso tudo é chantagem para me fazer acompanhá-lo.

- Você sabe que eu tenho medo, não é justo. - Faço um bico e ele imita meu bico, emitindo um som infantil antes de se inclinar para me dar um selinho. Reviro meus olhos quando ele coloca seus óculos escuros mesmo não estando exatamente ensolarado aqui, apenas "para ficar charmoso, como os caras de revista, Louis".

- Você está olhando para o cara que praticamente morou nesse lugar quando era criança! Posso levar você comigo em um cavalo, prometo que cuido pra que não se machuque. Por favor, Lou. - Ele implora, mas eu balanço a cabeça negativamente para sua proposta e ele estica a língua para fora. Continuo a olhar os bebês, aproveitando aquele vento calmo e quase gelado para relaxar enquanto observo as outras pessoas em seus cavalos. - Sabe, isso aqui parecia o paraíso particular pra mim quando eu era menor.

- Por quê? - Não sou o maior fã de cavalos, na verdade, tenho medo deles e não entendo muito sobre a importância deles. Concordei em vir hoje porque sabia que ele estaria aqui e não iria perder uma chance de vê-lo vestido desse jeito, com essas calças brancas apertadas que marcam os lugares certos e essa camisa polo que faz ele parecer, de fato, um cara de revista.

- Porque eu gosto da companhia dos cavalos, eles são bem calmos se você os tratar bem. Era bom vir aqui quando eu sabia que iria surtar e só passar algum tempo cavalgando, como se nada pudesse me tirar da calmaria. Eu praticava todos os esportes possíveis naquela época e acho que eu deveria vir aqui mais vezes, principalmente agora. - Ele conta enquanto olha ao redor, vendo um cuidador acariciar a crina do cavalo marrom que estava com ele. Sei muito bem ao que ele se refere quando diz "principalmente agora" e eu não gosto quando ele fala desse jeito, tão cheio de preocupação, me deixa nervoso sobre a saúde dele.

- Nós vamos ficar bem, você não precisa se preocupar. - Tento assegurá-lo, apesar de não ter ideia de como é passar um cio com um alfa lúpus, especialmente um sincronizado.

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