45. Todos Apelam.

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Se passou um mês inteiro e Harry não voltou atrás com a sua decisão, sem contar que não chegou a falar para os pais que eles vão ser avós. Eu não insisti e não pretendo mais fazer disso um caso extremamente importante. Depois de muito conversar, chegamos à conclusão de que o melhor a ser feito é que durante os anos da faculdade, ele visite o bebê quando puder e que em ocasiões como natal e outros feriados, vamos voar para Londres e passar o momento em família.

Não é o ideal e ele já disse que sente muito mais vezes do que eu posso contabilizar, mas nada foi capaz de mudar sua opinião. Harry estará em Harvard e eu estarei em Brown, criando nossa filha sem ele. Eu descobri que vai ser uma menina essa semana e propositalmente mantive a informação dele, só para provar o quão pouco ele vai saber se estiver em outro estado, vivendo uma vida sem nós. Foi mesquinho, mas desde o momento em que eu vi como poderia ser se estivéssemos os dois comprometidos em dar o melhor para ela, eu decidi que queria aquilo, não por mim, mas por ela.

Eu vi Harry pelo que ele realmente é quando ama alguém de verdade. Ele me amou. As instâncias que ele é capaz de ir por alguém que ama, toda a dedicação e carinho que ele pode dar... eu quero que a minha filha tenha isso — ela merece muito mais do que só um pai que ainda está aprendendo a não agir como uma criança.

- Você... — Lottie dá risada quando me vê arrumado para a formatura, a barriga fazendo uma pontinha engraçada na minha beca. Eu sinceramente choraria por achar que ela está rindo porque estou gordo, mas sei que na verdade ela só está tentando evitar o próprio choro.

Semana que vem, eu e minha mãe iremos para Providence em adiantamento, organizar coisas sobre as consultas e o apartamento enquanto eu ainda posso voar. Se eu fosse viajar somente mais perto da data do início do semestre, seria um pouco difícil por conta de todas as complicações que ir em um avião por várias horas significam para um grávido de 7 meses. Por isso, tem sido tenso aqui em casa.

Eu nunca me ausentei ou passei tempo longe das meninas, pelo menos não tanto tempo, então vai ser estranho. Não poder ver os gêmeos crescendo, ou seu primeiro dia de aula e momentos importantes me deixa emotivo, e sei que estou chorando porque a loira me abraça apertado. Ela coloca as mãos na minha barriga — hábito que ela cultivou no passar das últimas semanas.

- Você não pode chorar. Seria o início de um tsunami de lágrimas nessa casa. Vamos chorar quando estivermos longe, porque aí vamos ter motivo, okay? — Ela fala embargado, muito mais triste do que eu. Estivemos juntos a vida toda e somos os mais próximos depois das gêmeas, já que elas nasceram juntas; vai ser estranho não ir para algum lugar com ela todo dia.

- Yeah, vamos sair daqui. — Peço e ela me solta, nós dois andando até o carro onde a mamãe está. Daniel vai dirigir o carro com os gêmeos e as gêmeas porque resolvemos ir todos para uma simples formatura da escola.

O caminho de casa até a escola é rápido e logo estamos no auditório, vendo toda a comoção das famílias. Posso ver Harry de onde estou, mas escolho apenas ir até ao pessoal, tirando uma foto. Eu não faço ideia de quando vou ver a maior parte deles e é horrível, mas estou feliz de que estamos concluindo essa parte das nossas vidas.

Todos se sentam e nós subimos ao palco um a um, cumprimentando alguns membros do Conselho. Harry é ovacionado e quando ele faz o discurso como orador da turma, a bebê se move dentro de mim, como se soubesse que é o papai alfa falando e eu fico em lágrimas em questão de segundo. A cerimônia se passa rapidamente a partir daí e eu vou direto para fora, preferindo não ficar para o baile.

- Ei, Louis. — A voz familiar do alfa soa atrás de mim e eu me viro para encontrar seus pais e ele me olhando com atenção. Des franze o rosto rapidamente, talvez por sentir o bebê, e Anne me olha como se eu tivesse duas cabeças.

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