7. Ignorando A Química.

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Eu amo beber.

Desde que eu comecei, aos 13 anos, eu nunca tive que me preocupar com ressacas. Mas hoje em especial, o meu fígado resolveu reclamar. Já acordei vomitando todos os meus órgãos, sendo que tenho que estar em casa em menos de 3 horas.

Não me despeço dos meninos antes de sair da casa dos Devine, tentando não me jogar na frente de um carro com todo o desconforto no estômago que eu estou sentindo. Acabo tendo que parar o carro no acostamento para vomitar de novo, algumas pessoas me encarando com pena. Talvez eu estivesse mais bêbado do que pensei quando fui dormir.

Me lembro de ter falado sobre o Louis e um sorriso aparece no meu rosto, lembrando de seu corpo cansado ontem a noite. Pego meu celular na esperança de ver alguma mensagem dele, então me lembro que não tenho seu número. Definitivamente, sou o que se pode dizer de nascido no corpo errado.

Ao chegar em casa, começo a ter uma epifania durante o banho.

- Harry, saia daí! Os Tomlinson-Deakin estarão aqui em uma hora e não pense que eu não sei que não dormiu aqui. - A voz suave da minha mãe soa pela porta, ainda assim com autoridade. Ela é ômega, mas sabe ser firme como uma alfa quando é preciso.

Eu sabia que teríamos um almoço de família, mas não que era com os Tomlinson. De repente, um receio se instala em mim. Louis vai estar aqui, estaremos todos como uma grande e única família.

Não posso tratar ele como família depois de ontem a noite, sinceramente. Eu o coloquei no meu colo e sei que ele não faz isso com o cara que conheceu a uma semana, eu senti os meus lábios formigando para tocar os dele e eu definitivamente não faço isso com qualquer um. Esse é o único sinal do universo pra mim no momento, me dizendo pra investir nessa coisa toda mesmo que ele não esteja demonstrando que quer.

Eu nunca me apaixonei antes; seria até estranho se tivesse acontecido. Também não é como se eu simplesmente fosse um idiota completo que não se dá ao menos o trabalho de conhecer as pessoas que fode, mas nunca realmente me esforcei. Não queria nenhum laço, não sentia ele se formando com ninguém.

Eu só preciso ter certeza do que eu quero.

Saindo do quarto, o cheiro do produto de limpeza quase me faz desmaiar, mas então eu ouço vozes infantis no andar de baixo e tudo se torna o meu cheiro favorito no mundo. Louis está definitivamente aqui, o fato de que seu cheiro incrível melhora a minha ressaca sendo meio assustador. Nunca senti isso antes.

Talvez esse seja o outro sinal do universo que eu estava esperando para ter certeza.

- Harry, essas aqui são as gêmeas Daisy e Phoebe e a Felicité, que você não teve chance de conhecer. - Jay me cumprimenta com um grande sorriso que devolvo sem esforço, ela é realmente agradável. As meninas iguais acenam com a mão devagar, tímidas, enquanto Felicité apenas se aproxima para um abraço.

Ela se parece tanto com Louis que me assusta, na verdade, todos os seus irmãos tem algum traço forte de Louis. Tantos pares de olhos azuis me encarando acabam me deixando envergonhado, meu pai me dando um olhar estranho. Levanto a sobrancelha de volta para ele e ganho um gesto como se dissesse "mais tarde".

- É um prazer, meninas. - Dou o meu melhor sorriso e minha mãe começa a nos guiar para a porta do jardim de trás, me fazendo revirar os olhos. Louis não está em lugar nenhum para ser visto, o que me deixa intrigado. - Onde está o Louis?

- Falando no diabo... - Lottie aponta para atrás de mim, o garoto pequeno com um carrinho de bebê e um homem ao seu lado. Provavelmente é o marido de Johannah, mas ainda sim me deixa com ciúmes.

Onde vamos parar, Harry Styles?

- Boa tarde, todo mundo. - Ele diz em um tom alegre e faz contato visual com todo mundo, como uma pessoa perfeitamente desinibida. Pelo o que eu percebi ele só é tímido com estranhos, mas vai ficando mais confortável e ousado com o tempo.

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