30. Barril De Pólvora.

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Louis' POV.

E brigamos na véspera de ano-novo.

É claro que ele iria desaparecer pela porta e não iria voltar tão cedo, eu soube disso no segundo em que abri a minha boca. Disse coisas que não deveria ter dito, coisas das quais eu me arrependo, mas não tenho coragem de ligar para ele e me desculpar. As palavras, às vezes, custam muito para sair quando se sabe o peso que elas têm.

A situação inteira me fez refletir sobre como eu me sinto inferior em relação à ele, o quão inseguro ele me faz sentir. É coisa da minha cabeça, eu sei, mas não quer dizer que eu não me sinta. Uma certa angústia me acompanha quando estou com ele em público, ou quando sei que ele vai estar longe de mim e cercado por todas as outras pessoas mais interessantes que vão estar interessadas nele.

Estive me recusando a pensar nisso porque é como dizer que não sou bom o bastante para ele, e que juntos, somos piores ainda. Algum lugar, bem dentro de mim, eu sei que ele tem a mesma insegurança. Ele também tem medo de que eu simplesmente desapareça um dia, como se isso já tivesse acontecido antes; eu só percebi quando ele tentou me marcar, várias e várias vezes, durante o cio.

Eu podia ver o quanto ele queria e precisava daquilo, e o quanto ele estava lutando para não querer e precisar tanto.

De qualquer maneira, faltam pouco mais de duas horas para a virada do ano e Harry não está aqui, em sua casa. Quando ele sumiu, antes do almoço, eu voltei para minha casa e dei um show de atuação ao driblar perguntas sobre ele. Eu esperava, honestamente, que ele estivesse em casa, seguro, quando eu voltasse para cá, mas ele não está.

Eu nunca tive um namorado antes, mas eu sempre imaginei o beijo na hora em que os fogos disparam e a foto, todo o clichê. Harry e eu somos o clichê, um que eu não me importo de viver e agora ele está sumido. Niall, Liam e Zayn não fazem ideia de onde ele está - eu perguntei - seus pais parecem acostumados com seus sumiços.

Sinto arrepios pela minha pele ao lembrar da última vez em que ele desapareceu e decido que já tive o suficiente. Procuro pela minha mãe em meio à todos os adultos espalhados pela festa de ano-novo dos Styles e quando encontro, digo que preciso ir em casa rapidamente para trocar de calça. Ela não parece comprar minha ideia e imediatamente me proíbe de sair, mas eu decido não obedecer pela primeira vez no que parece a eternidade.

Minha mãe tende a ser bem permissiva e apoiadora das minhas decisões, sempre confiando no meu julgamento para saber o que é bom e o que é ruim para mim, então, nunca tive que mentir e desobedecê-la. Agora, enquanto pego um táxi no meio da rua, me dou conta de que eu não sei por onde começar a procurar. Digo ao motorista que comece a rodar pelas avenidas principais e eu observo o lado de fora com aflição, desejando nunca ter descoberto sobre Harry e Harvard porque eu estava cego demais para ouvir os motivos dele.

- Olha, rapaz, você está desperdiçando o meu tempo e eu nem sei se você tem dinheiro para pagar essa corrida, porque o taxímetro está rodando e está ficando caro. - O taxista pergunta quando eu peço para que ele pare por um segundo, tentando reconhecer Harry entre as pessoas que bebem na rua. Reviro meus olhos para o homem sem que ele possa ver, tirando minha carteira do bolso e mostrando a ele.

- Você acha que eu posso pagar por essa corrida agora? - Respondo rudemente, estressado demais para ser delicado. O tempo está correndo e quanto mais andamos com o carro, mais difícil parece ser de encontrá-lo, e no auge do desespero, começo a chorar.

- Por que está chorando? - O homem pergunta, quase suavemente, paternal, até. Pela idade que ele aparenta ter, acho que ele deve ter filhos da minha idade ou algo assim.

- Eu fui horrível com o Harry e ele ficou magoado e saiu de casa e agora eu não faço ideia de onde ele está, se está bem, com quem ele está. - Choramingo, me permitindo inclinar a cabeça contra o encosto e suspirar em derrota. Falo sobre Harry como se o senhor o conhecesse, mas não tenho a energia para explicar as coisas. - Ele tem um problema bem sério e toda vez que ele se preocupa muito, ou se estressa muito... coisas horríveis acontecem e eu só quero levá-lo de volta.

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