17. Sinal Silencioso.

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- Eu gosto muito de você, sabe? - Harry sussurra no meu ouvido enquanto estamos sentados na areia da praia, pela tarde. Estou entre suas pernas e completamente encostado nele, sendo abraçado como um filhote de coala e assistindo o sol se pôr.

- Eu não preciso responder, não é? - Digo e ouço um sonoro não, acompanhado de uma risada meio rouca no pescoço. Eu acho que não preciso dizer uma coisa que ele sente naturalmente por estar perto de mim e isso é maravilhoso, realmente perfeito.

Eu nunca pensei que pudesse ser esse garoto que vem com outros garotos para a praia e dorme com o namorado, mas aqui estou eu. Achei que estivesse em uma realidade paralela ou alguma espécie de sonho, mas acordar com o nariz de Harry enfiado no meu pescoço e sua ereção matinal vergonhosamente encostada na minha bunda dão o toque de realidade em tudo. Tão fofo quanto um homem possa ser, ele ainda vai ser homem e acordar com uma ereção.

O dia foi incrivelmente divertido pra mim que nunca estive aqui e estar no meio de tantos casais me deixou mais carinhoso, bem mais relaxado. A cada momento eu sentia mais e mais que Harry me trouxe aqui como uma forma de selar um compromisso e sei que isso é uma vaidade imbecil, só que não vou me preocupar com isso agora. Ele me trouxe aqui e esteve 100% comigo o tempo todo, então enquanto estivermos nessa bolha, não vou pensar sobre o fim.

É uma mania neurótica e completamente irracional minha, mas eu tenho de todo jeito. Sei que eu não deveria e que esse medo todo é idiota para uma pessoa tão nova, especialmente porque não tem fundamento direto. Sempre pensei mais no fim de todas as minhas relações do que no presente e isso já me deu problema antes, mas toda vez que eu o olho nos olhos eu sinto um turbilhão de emoções e a minha visão se torna luzes vermelhas e sinais de alerta por todos os lados.

Tudo é muito exacerbado entre nós dois e parte disso se deve ao fato de que somos adolescentes, mas eu sinto que tem algo a mais. Se estamos de bem, estamos perfeitamente bem; mas se estamos de mal, estamos completamente mal. A sensação de estar no limite me faz querer correr, mas também me faz querer ficar só para descobrir como tudo isso vai acabar.

A curiosidade é foda.

- Parem de se comer por um segundo e venham aqui, vamos fazer uma fogueira! - A voz de Niall soa e nós nos viramos ao mesmo tempo, vendo o garoto loiro segurando algo que parece ser uma caixa de vinho. Ele tem um sorriso brilhante e a luz do sol está refletindo em seus cabelos, fazendo-o parecer um modelo profissional por alguns segundos antes de ele desaparecer.

Harry se levanta primeiro e me ajuda a subir também, andando um pouco afastado de mim enquanto caminhamos até o jardim na parte de trás da casa. Às vezes ele faz isso, anda longe e me toca pouco. Eu resolvi interpretar como a maneira que ele encontrou de me mostrar que sabe seus limites e que também sabe dar espaço, como muitos alfas não fazem. 

Posso admitir que estou encantado com a personalidade dele e sua facilidade em me tratar bem, a salvo daquele domingo horroroso. Na verdade, percebi que ele trata todas as pessoas bem e talvez por isso muitos ômegas tenham aceitado ser seu caso de uma noite só. Qualquer pessoa poderia muito facilmente ficar perdida na sensualidade e charme que ele coloca em tudo o que faz, então agora as coisas fazem mais sentido quando analisadas sob essa luz.

E não que eu seja convencido, mas às vezes tenho a impressão de que ele se perde em mim tanto quanto eu me perco nele. Quando estamos conversando, ele me olha muito e eu acabo ficando envergonhado, mas ao mesmo tempo imaginando se ele está tão concentrado em mim que se perde. Se estamos juntos, então estamos só nós dois e ninguém mais.

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