41. Coisas De Adulto.

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Minha mãe ficou feliz em saber que eu fui capaz de chegar em um terreno comum com Harry e que peguei meu documento assinado, porque isso significa que ela não terá que perder sua melhor amiga. Eu me alegrei em saber que vamos ter nossas doses diárias um do outro, mas isso só mostra o porque de não podermos voltar. Somos tão como droga que vamos passar por um processo de desapego, nos deixando aos poucos.

Dra. Kim ficou aliviada em ver que eu estou finalmente voltando aos meus sentidos, longe daquela cortina de fumaça. Ela foi tão dura comigo na minha última consulta que eu não tinha certeza se deveria voltar lá; suas conclusões gerais foram de que eu era um péssimo namorado, mas que, hey, eu não sou cem por cento culpado disso. O fato de ela sentir a necessidade de destacar cada erro que eu cometi durante meu relacionamento com Harry com riqueza de detalhes me fez péssimo.

A pior parte foi saber que ela estava certa.

- Aqui estão seus exames, senhor Louis. – Nossa colaboradora me entrega o envelope. Coloco o pacote em cima da minha mesa de estudo, retornando ao que estava fazendo.

Faltam apenas três meses até o fim do ano letivo e eu já enviei todas as minhas inscrições preliminares. É quase impossível que eu seja aceito na turma adiantada porque tive um pouco de dificuldades no meu ano de calouro do ensino médio, então algumas notas não são muito boas, mas não pude deixar de tentar todas as faculdades da Ivy League. Sei que Harry deve ter feito pelo menos a inscrição em Yale e Brown, além de Harvard, mas as notas dele são excelentes.

Amanhã é o baile da primavera e eu não sei se deveria ir. Não quero ir até lá e ver Harry ser coroado rei do baile e vê-lo com Sam. Eu comprei um terno quando ainda estávamos namorando porque íamos juntos, mas agora, como tudo na minha vida, não parece ter tanta graça. Charlotte me bateria por dizer isso se pudesse ouvir meus pensamentos.

A reação das meninas à minha marca foi engraçada. A mamãe nunca falou da marca para Daisy e Phoebe, e Fizzy não liga muito para nada disso por ser beta, mas Lottie tinha uma noção de que seria algo complicado para mim, algo que eu nunca tinha planejado ter. Para as mais novas, ter uma marca parecia ser uma espécie de super poder direto de um livro de quadrinhos, como se agora eu fosse capar de ler mentes ou algo do tipo. Elas logo se deram conta de que é uma merda, principalmente porque associaram com o fim das visitas de Harry.

Eu não era o único Tomlinson ou Deakin sentindo falta dele.

Quando termino meu texto para o clube de debate, saio do quarto e aviso que estou saindo antes de pegar meu carro e ir até a clínica da remoção. Eu nem tenho mais certeza de que quero que ela se vá, porque vai ser como se oficialmente não tivesse mais nada com Harry. Fora isso, eu estou começando a temer as repercussões físicas de tirar a marca; vai doer, queimar e pode acabar prejudicando um pouco mais o meu juízo, além de tornar meu corpo apenas uma casca com hormônios e sistemas fora do lugar.

É assustador.

É o tipo de conversa que eu gostaria de ter com Harry, mas desde que senti o cheiro daquela ômega nele, ficou bem claro que ele não está disponível para mim. Vamos nos ver por pura razão médica – não significa que eu fui perdoado, ou que ele foi perdoado. Eu nunca desejei tanto poder voltar no tempo.

- Olá, eu sou Louis Tomlinson. Vim entregar meus exames para a aprovação do procedimento. – Tímido, deslizo meu envelope para a imponente mulher alfa que está na recepção. Ela sorri gentil demais para mim, então eu me retraio.

- Dr. Tasch? – Ela me pergunta e eu aceno com a cabeça, me sentindo exposto. Das últimas vezes em que estive aqui, eu tinha companhia e eu não gosto muito de andar sozinho porque me sinto vulnerável demais.

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