24. Proximidade, Dependência E Afetividade.

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Louis' POV.

As semanas que seguiram passaram como um borrão nos nossos olhos; entre visitas ao psicólogo, encontros espontâneos com Harry e reuniões com o advogado que está cuidando do caso com Sebastian, sobrou pouco tempo só pra mim e eu estou feliz. Não imaginava qual a seria a sensação de dizer "eu te amo" para alguém e dizer tão inesperadamente, tão diferente de mim, foi perfeito. Não tem uma única coisa que eu mudaria naquele momento - talvez as circunstâncias, mas isso aconteceu para me ensinar coisas que eu ainda não sabia sobre mim mesmo.

Sempre tive a necessidade de me proteger das coisas, fugir das pessoas e dos sentimentos, mas isso porque sempre me senti ameaçado, com medo de não ser capaz de lidar com o que viria. Tinha medo de não ser forte o suficiente para suportar uma separação, não queria perder ninguém, então resolvia isso simplesmente afastando todos os que poderiam significar demais. Estou em Londres a meses e a única vez em que falei com alguns poucos amigos de Paris foi quando estive lá, isso porque nunca me senti realmente incluído lá.

Não era como se eu me sentisse solitário quando estava sozinho; eu gosto de estar na companhia de outras pessoas e conversar, gosto de falar alto e gesticular bastante, até que esteja rouco e cansado. Isso não quer dizer que eu não consiga ou não aprecie quando posso estar sozinho em casa, no mais sublime silêncio, apenas pensando. É um lado meu completamente diferente, é o lado mais profundo de mim e de alguma forma, me sinto reconfortado.

Por isso, a experiência perturbadora com aquele alfa acabou sendo importante: me mostrou que eu sei lidar comigo mesmo, sou capaz de me proteger. Acho que nunca me senti tão forte, ou tão feliz. Estou em paz comigo mesmo e vivendo a fase mais incrível do meu relacionamento com Harry.

Ele ainda tem momentos onde se sente culpado pelo o que aconteceu, mas eles têm se tornado menos frequentes já que suas visitas ao Dr. Thompson aumentaram. O homem tem estado nas nossas conversas e sinto que de alguma forma, ele torna esse namoro mais saudável. Ele faz com que Harry fale comigo sobre as coisas, faz com que ele me ligue toda vez que precisa de mim e venha até a minha casa quando sente que vai começar a surtar de culpa, ao invés de me isolar da situação, o que prova que há uma verdadeira amizade entre nós antes de qualquer outra coisa.

Os pesadelos que eu tenho sobre aquele dia são muito reais, assustadoramente reais, então eu mesmo não me impeço de buscar pelo rapaz de olhos verdes por conforto e vejo o quanto ele se sente aliviado toda as vezes em que estamos juntos nestas situações. A maioria dos pais estariam preocupados com o fato de que seus filhos estão dormindo na casa de seus namorados o tempo todo, mas não os nossos. Desmond se mantém com o pé atrás sobre a nossa proximidade, dependência e afetividade, agora calado e sem pressionar Harry. Às vezes, me preocupo com a maneira desesperada de Harry de me abraçar, como se todo o mundo dele fosse eu e tento não me sentir tão bem sabendo que ele "precisa" de mim, mas é difícil.

- Eu sei que é um clichê, e que é clichê dizer que sei que é clichê, mas... um beijo por seus pensamentos, gatinho? - A voz de Harry me tira dos meus devaneios enquanto estamos dirigindo para casa depois do seu treino de futebol e a minha aula de jardinagem, prontos para um jantar de família bem barulhento e cheio de comida boa. Encaro a sua figura e me perco nos detalhes de sua feição leve, parecendo tão jovem e relaxado.

- Nada demais. - Balanço os ombros e sorrio, ganhando uma sobrancelha levantada como resposta. Realmente não é nada demais, mas é algo que o meu cio esteja tão perto e Harry ainda se recuse a tocar em mim como uma pessoa e não uma boneca de porcelana; ele tem medo demais de me machucar. - O meu cio está perto, você sabe.

Find  || L.S. ABOHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin