14. Tentando Entender.

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Sutilmente, a segunda feira chegou como se fosse um dia legal. Cheio de sol e cheio de vida, talvez o universo sentisse a minha empolgação. Não quis comentar muito enquanto estava tomando o café da manhã, mas estava completamente ansioso para ver Louis outra vez e qualquer um com olhos poderia ver - eu não me dou o trabalho de esconder.

Eu pensei e repensei antes de dormir como seria quando encontrasse Louis e acho que na pior das situações, ele vai se afastar de mim. Não estou tentando ser pessimista, isso nem ao menos combina comigo, mas é uma coisa não longe da realidade. Já percebi que ele tem o pé atrás comigo e que boa parte disso é culpa minha, então, pretendo consertar essa má impressão a todo custo.

Mal engoli o café da manhã e saí de casa dirigindo bem rápido, eu queria estar lá quando ele chegasse. Como o universo não conspira ao meu favor, é claro que eu fiquei preso no congestionamento e quase não chego a tempo para o primeiro período, que felizmente é com Louis. Enquanto eu estacionava, pude notar um Mini Cooper parado ao lado do meu Jaguar e quase revirei os olhos, lembrando de quando Louis comentou que dirigia um desses.

- Você costuma perder a hora quando não tem que buscar alguém? - Uma voz doce acompanhada de um cheiro enlouquecedor surge por trás de mim na secretaria, onde tive que parar para pegar meu passe de atraso. Viro imediatamente, vendo a pequena figura de Louis encolhida em um moletom azul claro.

- Na verdade não, mas o trânsito estava horroroso hoje. Você veio no seu carro? - Pergunto e me aproximo, tenso demais para me mover adequadamente. Eu não sei se ele quer ou espera que eu o beije outra vez ou algo do tipo e eu não quero fazer nada que irá espantá-lo.

- Yeah, eu vim sozinho. Meu carro chegou, o Mini Cooper. - Ele comenta e dá um sorriso pequeno, porém gracioso. Tomo coragem para colocar minhas mãos em sua cintura, trazendo seu corpo para mais perto.

- Oi. - Sussurro, mesmo que não haja necessidade. Ele coloca as mãos nos meus ombros e me puxa para baixo gentilmente, juntando seus lábios aos meus em um beijo curto. - Nós podemos fazer isso sempre?

- Sempre vai enjoar, mas quase sempre soa bem pra mim. - Ele passa o nariz delicado no meu pescoço, sendo o mais alto que ele consegue alcançar apenas inclinando a cabeça. A sensação geralmente me causaria cócegas, mas com ele tudo vira uma paz inexplicável. - Você é muito alto.

- E você é muito baixinho. - Sorrio e aperto meus braços mais um pouco ao redor da sua cintura fina, sentindo seu corpo se colar ao meu. Meu queixo imediatamente vai para o topo de sua cabeça e eu já tenho certeza de que essa é a nossa posição, não preciso de mais nenhum dia. - Acho que já tivemos essa conversa antes, mas não consigo lembrar direito. Quanto você mede?

- Não sei, talvez um metro e sessenta e pouco, no máximo. E você? - Ele pergunta com a voz melodiosa e baixa, essa voz que mexeria comigo até mesmo se eu fosse surdo. Provavelmente, nós deveríamos estar indo para a aula, mas quem perde meio horário perde um horário todo.

- Da última vez que eu chequei, eu tinha um pouco mais de um metro e noventa. - Respondo e ele faz um som de surpresa, se afastando de mim e me olhando sorridente. É bem diferente do olhar que ele me deu no dia que não deve ser nomeado, e isso aquece o meu coração.

- Você é quase trinta centímetros mais alto. Isso é tipo, muita coisa. Estou ofendido.

- Não deveria estar. Eu sou um alfa lúpus e você é um ômega, faz parte. Ofendido estaria eu se fosse um caso onde você fosse mais alto.

- Você, alfa lúpus, deveria parar de se vangloriar por ser alto. Já me contaram sobre os alfas lúpus, sabe? A força, a altura e os instintos todos são o prêmio de consolação que a natureza deu pra vocês.

Find  || L.S. ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora