Capítulo 17

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Acordei. Olhei no meu celular. 12h47. Ainda estava com sono, mas não consiguia dormir tanto quando estava na casa de Catarina ou qualquer outra pessoa. Sinto a necessidade de acordar mais cedo. Apesar de não ser tão cedo assim, mas é um cedo pra alguém que foi dormir 7h da manhã.

Catarina ainda estava dormindo. Então, me levantei apenas para pegar minha blusa xadrez, e a vesti, e fiquei com o cobertor nas minhas pernas para não ficar completamente seminua caso alguém entrasse no quarto.

Fiquei sentada pensando em tudo e nada ao mesmo tempo. E dentre esses pensamentos, me lembrei dos 18 anos de Catarina. Ela fazia aniversário dia 22 de agosto, e eu no dia 23, também de agosto, o que era muita coincidência, e desde do começo desse ano estávamos combinando de comemorar juntas, mas não deu certo. Esse ano ela fez 18 e foi para a balada com os amigos do terceiro ano, apesar dela ter tomado bomba quando estava no primeiro, ela ainda é muito amiga do pessoal que foi para frente, ainda mais que ela namora com Breno desde então.

Não vou mentir que até hoje sinto um pouco de ciúme, já que eu não poderia ir porque tinha 16 para 17 anos, e ela até perguntou se eu não queria que ela fizesse outra coisa no dia, porque foram os amigos que tinham sugerido. Mas que tipo de amiga seria eu, se dissesse para ela não ir?

Nos conhecemos no primeiro ano do ensino médio, ou seja ano passado. E ela tinha tomado bomba, e estava muito deprimida e sozinha, e por algum motivo do universo, sei lá, nem lembro como foi, começamos a conversar aos poucos e tudo deu certo. Eu também não tinha muitos amigos naquela sala, nem na escola, nem na vida. Um sozinho mais um sozinho é igual a dois juntos.

Nem somos muito parecidas, somos apenas daquele tipo de pessoas que se dão bem, e dão certo juntas. Intimidade é algo muito louco, pois apesar de ter apenas 1 ano e meio de amizade com ela, sinto que somos bastante próximas.

E pensando nas nossas diferenças, me veio a mente nossos signos. Por um misero dia, somos de signos diferentes. Ela é de Leão. O que na minha opinião combina muito com ela. Ela é simplesmente maravilhosa. Cabelos castanhos claro longos, olhos castanhos esverdeados penetrantes, o rosto e corpo perfeitos, jeito e postura confiante, e é muito talentosa com seus desenhos, e se esforça para ser a melhor da classe. E parece que tem essa aura em volta dela, que ela chama atenção de qualquer um e encanta qualquer um por onde quer que passe, sem se esforçar. Um mulherão da porra, na minha opinião.

E eu, sou de Virgem. Sexualmente e astrologicamente. Ok, obrigado. Sou organizada, mas nem tanto, tenho minhas bagunças (principalmente na minha mente), tipo, eu odeio arrumar minha cama. Não sou perfeccionista, se deu pra ficar legal, show. Se não, fazer o que né. Não sou inteligente, mas não sou estúpida. Tímida? Pode se dizer que sim. Mas tanto faz, são só signos.

E percebi que não sei qual o signo de Thomas, e de repente a curiosidade bateu...

Peguei o celular e corri para o Facebook. Ele era do tipo que entrava uma vez na vida e outra na morte naquela rede social, o que era bem chato porque não dava para saber muita coisa sobre ele. Foto de perfil? A mesma do Whatsapp e única também. Sem marcações, em absolutamente nada. Então fui até "sobre" e olhei sua data de aniversário.

28 de dezembro. Capricórnio.

Quase comecei a rir. A maioria dos garotos que eu já gostei eram desse signo. Claro, que é tudo coincidência, mas era engraçado. É como se "o jeito capricorniano" fosse o meu tipo.

-Fuçando o Facebook do Thomas Morais, dona Lilian?

Faltei dar um pulo. Catarina tinha acordado, e estava me observando de sua cama, e eu nem percebi.

-Jesus... Você me assustou!

-Desculpa. -Ela riu. -Foi muito engraçado sua reação, você deu um pulo! Não tem nada de errado fuxicar o face dele. Olhar não tira pedaço, né?

Automaticamente sorri, lembrando do nosso beijo. Catarina reparou e faltou gritar.

-A não ser que já tenha tirado, sua safada! -Então ela pulou para o meu colchão e implorou para que eu contasse tudo, então contei.

Depois que contei tudo detalhadamente, sem a permissão para interrupções ou comentários dela, Catarina só conseguia falar:

-AI MEU DEUS, AI MEU DEUS, AI MEU DEUS!!!

Antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa, os pais dela gritaram para que nós acordássemos e fossemos almoçar.

Já estava colocando minha calça quando Catarina jogou um short jeans para eu usar.

-Esse short é seu. Deixou aqui da última vez que veio aqui.

Então, descemos. Afinal, estávamos com muita fome e provavelmente de ressaca também.

Uma vida vazia [COMPLETO]Where stories live. Discover now