Epílogo

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Depois do Natal as coisas ficaram um pouco confusas. Ou passaram rápido demais. Não sei dizer.

No dia seguinte, meus pais, com uma ajudinha de Dave e Helena botaram a mão na massa para trabalhar com Thomas, que deve ter contado a mesma história umas trilhões de vezes para eles, e mais. Talvez até mais do que algum dia eu saiba.

Eu fiquei de fora nessa história.

Na real, é que não tinha muito com o que ajudar. Eu só sabia fazer café. 

Fiquei fazendo companhia para Tyler, que foi consultado algumas poucas vezes. Thomas queria deixar ele longe disso o máximo possível. Devo ter assistido todos os programas infantis e séries da Disney que eu não acompanhava a um bom tempo nos últimos dois dias.

No terceiro dia, era o aniversário de Thomas. 28 de Dezembro. Eles foram para a delegacia prestar queixa contra Marcelo Túlio Lopes Morais. Me deixando sozinha com um Ty deprimido que não sabia o que estava acontecendo. Bem, e nem eu.

Thomas não estava dormindo mais comigo também. A sala virara o quarto provisório de Ty e Thomas, com o colchão de casal por lá. Digamos que que não havia muito mais a esconder depois do nosso abraço no Natal. 

Era óbvio demais. Dave argumentou comigo em algum momento. 

Apesar de não termos dito nada oficial também. Mas não é como se tivéssemos tido tempo para dar uns amassos em alguns cantos.

Então, no aniversário dele tudo isso ia finalmente acabar, ou pelo menos, era o começo de alguma finalização. Eu acho. No mais, ficaria para se resolver depois do ano novo e olhe lá.

Nesse dia, Ty estava triste. Acho que ele deveria ter uma noção do que estava acontecendo, mas não queria conversar sobre. Como o pessoal havia saído mais cedo, resolvi ir ao shopping com ele para passar o tempo e sair um pouco da frente da televisão. Também queria comprar algum presente para Thomas e algum bolinho de aniversário. Coisa bem simples, só para não passar em branco.

Entramos na livraria e não havia dúvidas, logo fui para a sessão de discos.

Fazia éons que eu não comprava algum CD. Hoje em dia você ouvia tudo pelo YouTube e Spotify. Ficou ultrapassado. Mas, ao mesmo tempo, era algo valioso, algo físico. Por isso resolvi comprar dois CD's para Thomas. Um eu daria de presente e o outro Ty, pelo que combinamos. Paguei com o dinheiro da minha mesada mesmo, sem nem ver direito o preço. Thomas merecia muito mais que apenas dois CD's, mas era o que podia fazer por ele agora.

Na volta, passamos na padaria para ver alguns bolos prontos mas todos eram muito caros. Por fim, como ainda estava cedo, eu e Ty concordamos em fazer um. Compramos massa pronta de sabor Floresta Negra e fizemos cobertura de brigadeiro. Não havia erro.

Exceto que esquecemos a vela...

Bom, nem tudo são flores. Usamos uma vela comum mesmo, daquelas que acendemos quando a luz acaba.

Fiquei feliz com o resultado. Fazer bolo era terapêutico até. Devia estar delicioso.

Pensei em chamar Catarina mas voltei atrás. Talvez o clima estivesse muito pesado quando ele chegasse, ou estivesse cansado ele, então resolvi deixar só entre nós.

Quando eles chegaram, por volta das 19h, ainda estava escurecendo e o céu estava meio claro devido ao horário de verão. Combinei de não gritar "Surpresa!" logo de cara com Ty para averiguar qual era o humor de Thomas primeiro.

Dave e Helena tinham voltado para o sítio/casa deles, e meu pai sugeriu que pedíssemos pizza para não passar em branco. Minha mãe e meu pai logo subiram para o terraço com algumas cervejas e deixou nós três a sós na sala.

Uma vida vazia [COMPLETO]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon