Capítulo 45

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Eu sabia que a sorte estava do nosso lado quando foi Catarina que entrou no banheiro. Por outro lado, ela estava literalmente se apoiando nas paredes para não cair, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela se enfiou dentro de uma cabine. Depois disso só ouvi o som de vômito e fechei os olhos pensando no estrago. Afinal, quem tinha dado PT foi ela. Ótimo.

É incrível como a sobriedade da gente volta rapidamente em situações de urgência. Logo, eu abri a porta da cabine e segurei o cabelo de Cat enquanto ela vomitava. Agora éramos praticamente irmãs.

-Quantas horas? -Perguntei para Thomas, que estava do meu lado ainda um pouco atordoado por tudo que havia acontecido, não sabendo se ficava para ajudar ou se saia, porque afinal, era o banheiro feminino.

-Está dando 22h. Nossa, tão pouco tempo. Parece que tem horas...

-Sim, mal aproveitamos e a responsável aqui já passou mal. 

Catarina voltou a vomitar, mas logo falou.

-Eu já me sinto melhor, podemos continuar aqui.

-Engraçadinha. Thomas, pega água para ela por favor.

-É para já. -Então Thomas saiu do banheiro correndo.

-O que você arrumou, Catarina? Logo você que estava matando a gente falando para se controlar!

-Me desculpa...

Apenas suspirei. Não adiantava discutir com ela nesse estado.

-Pelo menos você deu PT cedo, vai dar tempo de se recuperar até amanhã.

-Domingo...

Thomas finalmente havia chegado com duas garrafas de água.

-Não, amanhã é sábado.

-Domingo tem a reunião da AMF, não posso esquecer.

 -Você não vai, relaxa. -Disse enfiando a garrafa de água em sua boca.

Quando a primeira garrafa de água havia acabado, e já tinha mais de 20 minutos que Catarina não vomitava resolvemos pedir o Uber e ir para minha casa, onde Catarina passaria a noite. Thomas se ofereceu para dormir lá para me ajudar a cuidar dela. Óbvio que eu não recusei.

***

Quando chegamos em casa, e eu botei Catarina no banho, que felizmente já estava consciente o suficiente para se lavar sozinha e eu e Thomas começamos a nos alimentar de biscoitos e café, foi que eu me dei conta que a sobriedade tinha voltado e apenas uma leve pulsação na minha cabeça tinha ficado. Thomas até que estava muito bem.

Tomei um remédio e parei de tomar café.

-Pelo menos não fiquei tão bêbada quanto na resenha. -Comentei.

-Pois é. Me controlei muito, não queria amanhecer de ressaca porque tenho que ir buscar meu irmão bem cedo na casa do Rafa, e sinceramente, fiquei com medo da Catarina.

Ambos rimos. 

Ouvi Catarina entrar no meu quarto para trocar de roupa e aproveitei a deixa.

-Eu vou ali só trocar de roupa para dormir. Você quer alguma? Tem umas roupas do meu irmão aqui.

-Não precisa. Eu durmo só de cueca, então. -Ele encolheu os ombros. Eu devo ter ficado pálida só com a ideia de acordar de manhã e ver um Thomas apenas de cueca.

-Tudo bem. -Me virei rapidamente e andei até a porta do meu quarto. É engraçado como a sobriedade às vezes é nossa inimiga, pois quando estava bêbada eu não senti um pingo de vergonha de nada do que fiz com Thomas e do que ele fez comigo.

Uma vida vazia [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora