Capítulo 3

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Blair

Lá estava ele, encostado no bar, tão belo quanto da primeira vez que o vi.

Meu coração disparou.

Ele me encarava intensamente, como se pudesse ver cada centímetro do meu corpo.

Fiquei como uma tola, paralisada e sem reação sob seu olhar.

Torci para encontra-lo a noite inteira, mas agora não sabia o que fazer.

Serena nem reparou, pediu licença para ir ao banheiro pela milésima vez e sumiu em meio a multidão.

Eu poderia apostar que a loira, na verdade, estava indo se agarrar com alguém, mas não questionei quando se afastou. Estava em transe pelo homem que me encarava.

Permaneci paralisada no meio da pista de dança, sendo observada, descaradamente, pelo homem mais lindo que vi na vida.

Meus olhos não conseguiam desviar dos dele que me observavam ferozmente.

Como é possível sentir tanta atração por um homem com quem nem ao menos troquei um "oi" dessa forma?

Ele sorriu, arqueou uma sobrancelha e ergueu o copo quase vazio para mim como quem fazia um brinde.

Um fio de razão tomou-me e me virei de costas para ele. Que tipo de louca e oferecida devia estar parecendo?

Não haviam se passado nem cinco segundos desde que me virei e senti um corpo atrás de mim e uma respiração quente, muito quente mesmo, em meu pescoço.

Estava pronta para dar um belo tapa no abusado, mas fiquei sem reação ao me virar e dar de cara com o homem misterioso.

Como chegou tão rápido até mim?

- Pode me chamar de Charles. - sussurrou com um sorriso ladino.

Fiquei completamente arrepiada com sua voz firme e nossos corpos grudados. Ele cheirava tão bem.

- Tire suas mãos de mim! - foi o máximo que consegui processar para dizer.

- Não é o que você quer.

"Não mesmo, o que eu queria era morder seus belos lábios." - pensei, ao ver sua boca avermelhada tão próxima.

- Pode morde-los. - afirmou com um sorriso cafajeste. Arregalei os olhos.

- Como você...

- Posso ouvir seus pensamentos. - me interrompeu. O encarei por alguns segundos e, quando notei que falava sério, gargalhei.

- Você deve ser louco! - continuei rindo, não sei se por ter achado realmente engraçado ou por estar tão nervosa. - Vai me dizer que é algum tipo de vidente?

- Não, vidente não. - riu como se estivesse decepcionado por ser chamado assim. - Sou um demônio.

- Sim, claro, eu percebi. - ironizei. - Eu também vim de demônio.

- Você é deslumbrante, senhorita...? - elogiou-me, perguntando aleatoriamente.

- Blair.

- Senhorita Blair. - deu ênfase no meu nome, como se testasse ele na língua. Pôs as duas mãos na minha cintura e me puxou para junto de seu corpo.

O DJ, como que pelo destino, trocou a música agitada por uma lenta e sensual.

- Eu também te quero. - revelou o homem grudado em mim.

- Oi? - perguntei, surpresa. - Em momento algum eu disse que te queria, nem mesmo te chamei aqui. - arqueei a sobrancelha, mas deixei que comandasse nossa dança.

Seu corpo era muito quente, eu podia sentir o calor mesmo separados por camadas de pano. Será que estava com febre?

- Na verdade, chamou no exato momento em que me desejou. - ele falava sério. Ri de nervoso.

- Você é muito louco! - tentei me soltar, mas ele me segurava firme.

Uma de suas mãos subiu para minha nuca, segurando com firmeza, enquanto a outra permaneceu no limite da minha cintura, puxando-me para mais perto.

- Pra que resistir, Blair? - seus lábios agora estavam em minha orelha. Ofeguei e fechei os olhos tentando me manter lúcida. - Só está adiando o inevitável. - sua boca chegou perto da minha, quase tocando-a. - Você me chamou e agora não tem mais volta. - me encarou diretamente nos olhos.

Seus olhos eram muito escuros, assim como seus cabelos. Pareciam ainda mais escuros de perto. Seu nariz era perfeito, como se tivesse sido desenhado. E seus lábios eram chamativos e reluziam para mim. Desejei prova-los.

- Se é o que quer... – disse, ao mesmo tempo que me puxou com força para um beijo quase selvagem.

A pista de dança estava cheia, mas ninguém reparava em nós dois. E eu, definitivamente, não me importava com mais ninguém além dele. Era como se estivéssemos sozinhos.

Alguns minutos depois, Charles separou nossos lábios e me encarou por segundos incontáveis antes de quebrar o silêncio. Eu ainda permanecia em combustão pelo beijo.

- Venha. - ordenou, puxando-me para fora da pista.

Subimos uma escada e entramos num camarote vazio com uma enorme cortina vermelha que tampava a visão para qualquer um que passasse pelo lado de fora.

Ele não esperou nem um segundo e me puxou para um beijo novamente. Quase caí com a sensação de estar outra vez em seus braços.

Seus lábios eram deliciosos e me consumiam, deixei que os meus os recebessem sem nenhum impedimento. Eu o queria desesperadamente.

IncubusWhere stories live. Discover now