Capítulo 32

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Serena

Rodei o quarto inteiro em busca de algo que eu sabia que era importante para Blair.

Nathaniel especificou que devia ser valioso emocionalmente e, apesar de haver vários objetos valiosos no cômodo, eu sabia que para ela não havia nenhum como aquele e, após vasculhar todo o closet, encontrei a pequena caixinha vermelha que procurava.

Lembrei imediatamente que minha melhor amiga sempre guardou nesse mesmo compartimento o colar que ganhou de presente de aniversário do seu pai no ano em que ele sofreu o acidente.

Um colar de ouro branco, com um diamante negro e brilhante no pingente. Não sei ao certo qual é a pedra, mas imagino que o Sr. Waldorf desembolsou uma pequena fortuna para consegui-la. Nunca vi nada parecido.

Me recordo como se fosse ontem de Blair chegando na escola toda feliz e orgulhosa, exibindo o belo colar pendurado em seu pescoço.

...

- Olha, S! - apontou para o colar com um sorriso gigantesco. - Meu pai me deu ontem a noite. Não é incrível?

- Sim, é lindo! - sorri de volta. - Deve ter custado uma fortuna.

- Pode apostar que sim! - seu sorriso se alargou ainda mais. - É o diamante mais lindo que já vi!

- E combina perfeitamente com você. - elogiei.

- É... - ficou pensativa, de repente. - Mas não entendi muito bem o que meu pai quis dizer quando me entregou.

- Como assim?

- Ele disse: "Nem sempre a escuridão traz consigo o terror de seus dias. Essa pedra preciosa é a prova de que a escuridão pode ser perfeita, depende apenas dos olhos de quem a vê."

- Nossa!

- Meio bizarro, né? - perguntou com uma careta.

- Um pouco. - deixei escapar uma risada e Blair me acompanhou. - O que será que ele quis dizer?

- Não faço ideia, mas pediu para eu sempre lembrar disso. - deu de ombros.

...

Dispersei de minhas lembranças e notei que ainda não entendia o que o pai da Blair queria dizer com aquilo.

Hoje em dia a frase soa ainda mais bizarra que naquela época, mas de qualquer maneira, eu sabia o quanto Blair havia se apegado ao colar depois da morte dele.

Tirei a jóia da caixa e fui atrás de Nathaniel no quarto.

Ele estava parado ao lado da cama, observando os buracos na cabeceira.

- Tome. - estiquei a mão quando o alcancei. - Não há nada mais importante para Blair do que esse colar, ao menos, não que se possa segurar nas mãos.

Ele concordou, pegou o colar e sentou-se na beirada da cama.

- Vou precisar de silêncio. - pediu, encarando-me para desviar o olhar em seguida.

- Tudo bem. - me sentei na poltrona e fiquei quieta.

O anjo fechou os olhos, segurando o colar com as duas mãos. Por algum tempo, nada aconteceu e comecei a duvidar se aquilo realmente ajudaria.

Estava prestes a bocejar, quando os cabelos dele começaram a se mover sozinhos, sem vento algum passando pela janela. Nathaniel franziu as sobrancelhas e comprimiu os lábios numa careta de dor.

De repente, seus olhos se abriram e estavam tomados pela cor branca, como se tivesse ficado cego. Era um pouco assustador, mas não me atrevi a dizer nada.

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