Capítulo 14

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Blair

Charles me encarava hipnotizado, mal piscava, mas permanecia imóvel.

- Venha. - chamei.

Ele continuou parado, em silêncio, me observando.

- Não acho que seja prudente. - disse com a voz rouca, respirando de forma pesada, tentando se manter controlado.

Desci lentamente uma das alças da camisola e acariciei meus seios, que à essa altura, imploravam por seus toques.

Ele me observava quieto e parecia travar uma luta interna consigo mesmo.

Abri mais minhas pernas, sem nenhum pudor ou vergonha, enquanto nos encaravamos.

Meu corpo tremeu ao ver seus olhos sendo, lentamente, tomados por aquele preto sombrio.

Seus punhos se fecharam com mais força.

- Blair... - respirou fundo. - Por favor.

Eu tinha entendido que era um pedido para que eu parasse, ou talvez um aviso de que estava prestes à perder o controle, mas não me importei. Eu queria provoca-lo.

Estava disposta a tê-lo de qualquer maneira e, se para isso teria que seduzi-lo ao limite, eu faria.

Retirei a camisola de uma vez, expondo minha nudez da cintura pra cima e tudo que havia restado em meu corpo era a calcinha.

Por algum motivo, eu não sentia desconforto em me expor de forma tão desenvergonhada. Na verdade, sob seu olhar, naquele momento, sentia que não tinha o direito de me esconder. Sentia quase uma obrigação de mostrar-me à ele.

Escorreguei os dedos lentamente pela minha pele, experimentando o toque, imaginando suas mãos em mim. Fechei os olhos e deixei-me dominar pelo desejo.

Infelizmente, eu queria mais. Queria Charles.

Quando meus dedos mergulharam para dentro da calcinha, gemi deliciada, mas meu corpo implorava por ele, por sua pele quente e seus toques.

Ouvi um som estranho, como um rosnado, e senti medo. Eu ainda o temia hora ou outra, não podia evitar, mas permaneci com os olhos fechados, esperando e desejando-o.

De repente, senti meu corpo sendo prensado na cama e abri os olhos, encontrando o demônio por cima de mim, esboçando um semblante sério e assustador.

Qualquer outra pessoa confundiria com raiva, mas eu sabia que era luxúria.

Não deu tempo para que eu ou ele pensasse em qualquer coisa, inclinei levemente a cabeça e roubei um beijo.

No início, o beijo foi lento, mas aos poucos se tornou agressivo e sedento.

Meu corpo relaxou sob o toque de seus lábios e de sua pele. Enfim, após tanto tempo, estávamos nos tocando da forma que eu ansiava.

Sentia-me embriagada enquanto suas mãos apertavam-me com força e, com toda certeza, teria doído se eu não estivesse tão entorpecida.

Charles segurava minha perna, esfregando-se brutalmente em minha entrada encharcada em meio as camadas de pano que ainda nos separavam.

- Você me quer? - perguntou com a voz grave e imponente, chupando meu pescoço. Gemi em resposta. - Responda!

- Sim!

- Me quer por inteiro?

- S-sim... - gemi. - Sim, eu quero!

- Sentirá nojo quando terminarmos. - encarou-me nos olhos. Havia pouco de branco nos dele, quase tomados pela escuridão.

- Isso nunca vai acontecer. - afirmei, e era verdade. Eu o queria de maneira insana. Queria possuí-lo tanto quanto ele era capaz de me possuir, apesar de saber que jamais seria possível.

Charles levantou, mas retomou seu lugar entre minhas pernas poucos segundos depois, sem roupa alguma. Rasgou minha calcinha me deixando do mesmo jeito. Não haviam mais barreiras entre nossos corpos.

Ele puxou meu cabelo da nuca com a mão direita grosseiramente, levando meu rosto para perto do seu. Trouxe a outra mão até mim e enfiou dois dedos grossos em minha boca.

- Chupa. - ordenou.

Chupei com vontade, como se fossem os melhores dos doces. Ele gemeu baixo ao me ver passar a língua neles, retirando-os lentamente.

- Safada! - proferiu com a voz rouca.

Gritei num gemido escandaloso quando o demônio enfiou os dedos bem fundo dentro de mim e se ocupou chupando meus seios. Arqueei as costas, fora de mim, puxando seu cabelo.

- Charles... - não consegui terminar a frase, estava desesperada, a beira de um orgasmo.

- Já quer gozar? - enfiou os dedos com mais força, largando os seios para me observar.

Não pude mais conter o orgasmo que fez meu corpo inteiro convulsionar.

Aos poucos, a sensação devastadora foi se normalizando e, apenas então, Charles retirou os dedos. Gemi em descontentação ao deixar de senti-lo.

Mas não deu tempo de reclamar, quando me dei conta, ele estava posicionando seu membro enorme na minha entrada. Me sentia ansiosa, mesmo após um orgasmo tão forte.

Ele encarou-me intensamente antes de me penetrar. Gemi tão alto que se alguém estivesse em casa, sem dúvidas, pensaria que eu estava em perigo. E talvez eu estivesse, mas não me importava.

Seu lábios se abriram sutilmente e eu quis morde-los.

- Também quero morde-la. - murmurou. - Mas arrancaria pedaços preciosos e tenho planos melhores para eles.

Meus olhos apenas fecharam-se, sentindo suas estocadas e aproveitando aquela sensação.

- Abra os olhos. - ordenou com a voz dura. Obedeci.

Charles virou meu rosto sem muito cuidado para a esquerda e notei meu espelho ao lado da cama.

Agora eu podia vê-lo, enfim se mostrava para mim. O que vi me fez gritar apavorada e fechar os olhos novamente. Seus braços fortes me apertaram, me impedindo de fugir.

- Xiii! - chiou em meu ouvido sem parar de estocar fundo ao máximo que eu suportava. - Abra os olhos e me veja. Não era o que queria?

Seus braços afrouxaram um pouco e com uma das mãos, agarrou meus seios, alternando entre eles.

Charles deu um tapa em minha bunda, depois outro e mais outro. Eu gemia de dor e prazer.

Tomei coragem, abri os olhos e encarei nosso reflexo no espelho.

Ele tinha cor de pele avermelhada. Não um vermelho sangue como os demônios são mostrados nos desenhos e filmes. Sabe quando pessoas muito brancas pegam Sol e ficam queimadas? Era quase isso.

Haviam dois pequenos chifres pretos em sua cabeça que eram praticamente camuflados por seus cabelos negros.

Seus olhos eram completamente pretos e brilhavam de forma assustadora.

- Demônio... - sussurrei.

Enfim a ficha havia caído e, para o meu terror, aquela visão me deixava ainda mais excitada.

- Sim. - seus olhos brilharam ao encarar os meus pelo espelho. - É o que sou.

Nunca poderia ter imaginado que tal prazer e desejo existiam. Nunca teria previsto que me sentiria tão segura nos braços de um demônio. Mas agora que havia conhecido a escuridão e mergulhado nela, não sei se um dia serei capaz de me interessar pela luz novamente.

IncubusOnde histórias criam vida. Descubra agora