Incubus

Capítulo 40

Blair

Eu estava sentada na cama, de frente para porta, encarando o demônio com o coração acelerado e ansiosa pelo que viria.

- Avisei inúmeras vezes que estou sem energia, que não posso toma-la, mas insiste em me provocar, não é? - questionou com a voz rouca e ameaçadora. Engoli um seco. - Meu autocontrole tem um limite, humana.

O Incubus deu alguns passos com os olhos quase tomados pela escuridão, mostrando-me toda sua excitação. Ou seria raiva?

- Levanta. - não foi um pedido. Obedeci no mesmo instante e ele me olhou dos pés ao topo da cabeça. - Estive me controlando a noite inteira, vendo-a com esse vestido bem na minha frente sem poder fude-la. Foi uma tortura.

Num piscar de olhos, Charles me alcançou usando sua velocidade sobre-humana e parou em minha frente. Poucos centímetros separavam nossos corpos, possibilitando-me sentir seu calor, mas apenas por alguns instantes, pois quando me dei conta, o demônio havia sumido.

Olhei ao redor, procurando-o, e o encontrei sentado no centro da cama com as costas apoiadas na cabeceira acolchoada.

Pensei em ir até ele, mas antes que pudesse dar o primeiro passo, sua voz me parou.

- Não. - alertou com um sorriso cínico. - Fique onde está.

- Mas...

- Quero tentar algo diferente hoje. - me interrompeu com a voz perigosa. - Quer jogar comigo, Blair?

- Jogar?

- Sabe o que me deixa muito satisfeito? - neguei. - Ter controle sobre você. - revelou sem resguardo. Senti uma forte pontada de excitação bater em meu íntimo. - Gosta de ser dominada por mim, Blair? - me observou atentamente. Afirmei com um gesto, afetada demais para formular uma frase. - Eu quero ouvir.

- Eu gosto. - respondi num murmúrio.

- O quanto gosta?

- Muito!

Eu, definitivamente, adorava o lado dominador de Charles, apesar de ter visto pouco dele.

Deixar o controle de lado por algumas horas e permitir que meu corpo fosse usado ao seu bel-prazer não me parecia ruim. Muito pelo contrário, me sentia ainda mais excitada com a ideia.

Devia ser preocupante estar tão disposta a entregar-me a um demônio fornicador, mas meu medo nunca conseguia se sobrepor ao desejo.

- Que bom. - sorriu ladino. - Essa noite quero você completamente submissa a mim, acha que consegue fazer isso?

- Sim. - minha voz saiu num gemido pela expectativa.

- Ótimo. - o sorriso morreu, dando lugar a um olhar fatal. - Apesar de ter adorado você nesse vestido, tenho certeza que vou adora-la ainda mais sem ele. Tire-o. - ordenou. - Lentamente e olhando para mim.

Eu fiz. Puxei uma das alças para o lado, sem tirar meus olhos dos dele, depois puxei a outra. O vestido escorregou pelo meu corpo e caiu sobre o chão.

As únicas peças que restaram em minha pele foram a calcinha, a meia 6/8 e a cinta-liga, todas vermelhas como o vestido. Na hora de vestir achei exagerado, mas agora olhando para Charles e notando o quanto o agradou, estava reconsiderando.

Meus seios ficaram expostos no momento em que tirei o vestido, a peça não permitia o uso de sutiã, e o demônio mantinha o olhar focado neles de forma assustadora.

Meu peito subia e descia frenético num misto de medo e desejo ao presenciar os olhos de Charles sendo tomados pela escuridão. Sua pele começava a ficar levemente avermelhada e os dentes afiados como os de um vampiro.