Capítulo 7

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Blair

Senti sua respiração quente atrás de mim, mas não me atrevi a virar.

Eu o sentia chegar cada vez mais perto, sentia seu olhar sobre mim, mas não reagia. Tudo que fiz foi continuar quieta, esperando com o coração disparado.

Caí na real que havia deixado um estranho qualquer entrar na minha casa mesmo sabendo que estaria sozinha. Me pergunto se foi proposital da minha parte. Talvez tenha sido.

A verdade é que eu desejava o perigo, tanto quanto o temia.

- Posso sentir seu medo. - sua voz fez minhas pernas tremerem. Fechei os olhos. - Também posso sentir seu desejo.

Eu queria correr, juro que queria, mas algo me mantinha imóvel.

Ele botou os dois braços apoiados na pia da cozinha, um em cada lado de mim e, em seguida, grudou seu corpo ao meu.

- Acho que deve ir. - me arrisquei a dizer, indo contra minha própria vontade. - Está ficando tarde.

Charles não se importou muito com minha sujestão e começou a mover seu corpo, roçando-me lentamente. A cada movimento dele, algo em mim se acendia.

- Vire-se. - ordenou. - Olhe para mim.

Respirei fundo e me virei.

Seus olhos pareciam mais negros do que eu me lembrava e ele mantinha uma expressão feroz ao me observar.

Charles se aproximou e me beijou. Sua língua tocou a minha e seus lábios tomaram-me.

Com uma mão segurou minha nuca, com a outra minha cintura e me apertou contra si. Senti sua ereção e gemi involuntariamente em sua boca. Eu o queria tanto que doía.

- Seu desejo alimenta o meu, Blair. - disse em meu pescoço. - Se não se controlar, fará com que eu passe dos limites e perca o controle.

- Do que está falando? - perguntei, mesmo entorpecida.

- Vamos para o seu quarto. - me pegou no colo sem fazer o mínimo esforço. Dei um gritinho por ter sido pega de surpresa. - Feche os olhos.

Senti quando ele me pôs no chão alguns segundos depois. Abri meus olhos e estávamos no meu quarto. Não havia se passado nem dois segundos, eu tinha certeza.

- Co-como? - gaguejei, me afastando e encarando-o perplexa.

- Não sou como você. - afirmou com a voz firme, dando passos lentos em minha direção.

Continuei dando passos para trás, tentando manter uma distância segura, até que senti a parede fria em minhas costas.

Charles apertou-me contra a superfície dura com seu corpo e colocou as duas mãos espalmadas na parede, uma de cada lado da minha cabeça.

Ele era tão quente que se eu não estivesse sentindo-o, suspeitaria que tudo não passava do fruto da minha imaginação.

- O que é você? - perguntei assustada e com medo da resposta. - Um vampiro?

- Quase. - deu uma breve risada. - Sou um Incubus.

- Um o que?

- Um demônio fornicador. - me encarou atento, esperando por alguma reação.

O silêncio pairou sobre nós. Eu não sabia o que pensar, muito menos o que dizer.

- Acha mesmo que o prazer que sente com um simples toque meu, como esse. - deu um beijo lento e molhado em meu pescoço que fez com que meus olhos revirassem. - Poderia ser proporcionado por um mero humano? - sorriu vitorioso. - Porque acha que acorda com a calcinha molhada todas as manhãs desde que me viu pela primeira vez?

- Como sabe disso? - arregalei os olhos.

- Fui eu. - respondeu tranquilamente. - Invadi seus sonhos e te possuí por meio deles de todas as maneiras possíveis por semanas, já que só poderia entrar e te tocar depois que me convidasse para dentro.

Em outro momento, teria achado que tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto, mas nessas circunstâncias, não sabia mais no que acreditar.

- Um demônio. - repeti, tentando convencer a mim mesma que não estava louca.

- Sim.

Mais silêncio.

- O que um demônio pode querer comigo?

- Você me chamou aqui. - sussurrou, voltando a beijar meu pescoço.

- Não! - tentei nega-lo e ter um pouco de juízo. - Eu não chamei. - gemi.

- Está com medo, não é? - me encarou com seus inebriantes olhos negros e eu me derreti, quase esquecendo de tudo. - Devia mesmo.

Ele parecia gostar de causar temor em mim, mas o desejo que causava era muito maior e me consumia.

Algo me dizia que eu devia me afastar, fugir, que ele era mais perigoso do que eu poderia imaginar, mas cada centímetro do meu corpo clamava por seus toques, seus lábios.

- Você é tão... lindo. - as palavras saíram sem pedir permissão. Ele sorriu, surpreso.

- Essa devia ser a hora que você foge de mim gritando por socorro. - sugeriu. - Deve me temer, Blair. Um deslize e eu posso mata-la.

Tomei coragem e, impulsivamente, pus minhas mãos por debaixo de sua camisa preta de algodão, sentindo seu abdômen definido.

Seus olhos quase fecharam ao sentir meu toque e ele suspirou como se tentasse controlar seus próprios instintos.

Charles me puxou pela cintura e, numa velocidade sobre-humana, me jogou em cima da cama sem nenhum cuidado, subindo por cima de mim em seguida.

- Você quer isso? - perguntou, encarando-me nos olhos. Sua voz era quase um sussurro.

- Eu quero você! - respondi, sem cogitar outra coisa que não fosse tê-lo.

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