Capítulo 58

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Blair

Acordei me sentindo um pouco cansada as seis e meia da manhã. Louis estava sentado ao meu lado na cama, devidamente arrumado, fazendo carinho em meu rosto e dizendo que precisava sair para trabalhar. Acompanhei-o até a porta e voltei quase me arrastando para cama.

Dorota me acordou para almoçar algumas horas depois e, após um banho bem quente, desci as escadas para comer.

Apesar de estar me sentindo melhor, decidi dormir um pouco mais após o almoço. Acordei de tardinha e meu primeiro pensamento foi Charles. Era sempre Charles.

Havia sido uma traição?

Eu não era capaz de distinguir, mas ainda me sentia culpada. Mesmo sabendo que eu não poderia ter evitado a invasão em meus sonhos e que não existiram toques reais, eu simplesmente não conseguia definir até que ponto as coisas haviam acontecido por culpa dos meus próprios desejos.

A verdade era que eu continuava desejando o demônio com cada fibra do meu corpo e não podia negar, ainda sim, isso não mudava nada.

Devo ficar com Louis, sei que é a coisa certa. Então, por que mesmo sabendo disso, não é ele quem ocupa meus pensamentos?

Fechei os olhos, emocionalmente cansada, e pude ver as recordações com o Incubus passando como um filme em minha mente.

***

Naquela tarde chuvosa, a temperatura do corpo de Charles estava mais quente que o normal e, bem naquele dia, eu havia inventado de ir numa hamburgueria.

Eu tinha acordado com uma vontade insana de comer um hambúrguer daqueles enormes e o Incubus concordou de bom grado me acompanhar. Então, decidimos ir em uma ótima que ficava a poucas quadras da minha casa.

O demônio insistiu que pegassemos um táxi, pois chovia fracamente do lado de fora, mas teimosa como sou, decidi que iríamos andando com um guarda-chuva. Acho que imaginei que seria romântico.

Charles não curtiu muito a ideia, mas não me importei, pois eu tinha pouquíssimas oportunidades de momentos comuns com ele. Então, por mais desgastante que fosse andar tanto com meus saltos caríssimos, eu estava disposta.

O guarda-chuva enorme e transparente cobria nós dois perfeitamente e, no caminho, enquanto o demônio me abraçava e me aquecia com o calor de seu corpo, fiquei feliz por ter escolhido ir andando.

Os minutos passaram-se tranquilamente em meio á uma conversa divertida, mas na metade do caminho, de repente, a chuva ficou mais forte. Muito forte mesmo. Me assustei um pouco e Charles encarou-me com um típico olhar de "eu te avisei".

O vento fazia com que as gotas de chuva molhassem nossas pernas e quase tive um ataque cardíaco ao sentir meus saltos Prada encharcados.

O Incubus continuava me encarando com um expressão presunçosa e irritante, esperando que eu admitisse que não havia sido uma boa ideia, e talvez eu devesse mesmo ter feito isso e chamado um táxi, mas não fiz.

- Está tudo bem, é apenas água, não? - dei de ombros, fingindo não estar extremamente incomodada. Charles revirou os olhos.

- Acho melhor pegarmos um táxi, Blair. - sugeriu indiferente.

- Não, estamos tão perto. - retruquei. - Chamar um táxi agora seria desnecessário.

- Não seja teimosa, vai acabar pegando um resfriado.

- Pare de ser exagerado, certo? Apenas nossos pés estão molhados. - bufei, puxando o guarda-chuva de suas mãos. - Vamos logo e deixa que eu seguro isso.

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