Capítulo 19 - parte 2

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Caminhei por um extenso corredor armarios de itens pessoais, encontrando ao final Dylan, frente ao espelho com os punhos cerrados sobre a pia.

Havia um hematoma quase roxo acima da sua bochecha e um corte ao canto do seu lábio inferior.

Cheguei de mansinho, tentando não chamar sua atenção.

- Eu acho que devíamos limpar isso... - Disse pontando para o seu corte no espelho.

- Mas que droga você quer!? - Dylan se virou bruscamente gritando.

- Eu quero saber o que aconteceu lá fora! -
- Berrei sobre o seu tom de voz.

- É tudo culpa sua. - Ele deu um passo a frente, fazendo-me afastar. - Desde que você chegou eu já bati naquele cara,
duas vezes e parece que ele não aprende.

- Então eu te obriguei? - Questionei Incrédula.

- Não, é só que... desde que você entrou na minha vida, ela virou de cabeça pra baixo! - ele fechou o cenho.

Aquilo foi como um baque. A única pessoa que eu sentia que mais me apoiava nos últimos meses, acabou de me cortar, com simples palavras.

- A sua vida vida virou de cabeça pra baixo? - Questionei com a voz embarganhada. Ele me olhou com expressão triste,
parecendo arrependido do que havia dito. - Eu mudei de bairro, deixando todos os meus amigos pra trás, pra viver com o marido da minha mãe e o filho babaca dele, o meu ex-namorado tentou me estrupar e eu encarando isso ou não, é uma realidade.

- Mendy... - Antes dele tentar balbuciar outra palavra após meu nome interrompi-o.

- Além de que, comecei meus estudos numa escola nova onde reencontrei a vadia que praticou Bulling comigo após a morte do meu pai. Então, vamos, diga que sua vida está cabeça pra baixo.
- Falei com os braços cruzados.

- Desculpe... - ele sussurrou.

- Tudo bem. - Parei de falar, me dando um tempo para respirar. - Só... fique com a solidão e os seus machucados.

- Não jogue a culpa só em mim, você me ignorou o dia todo!

- Desculpe se você é bom em fingir que nada aconteceu quando se beija alguém, eu não sou! Você apenas joga um balde sarcasmo e acha que tá tudo bem, que nada vai ser estranho.

Ele se calou subitamente, desviando o seu olhar, sentando-se em um banco extenso de madeira.

Me sentei ao seu lado, tentando estabilizar a paz.

- É só que... - Interrompi-o.

- Esqueça, não precisamos conversar sobre isso. - sorri tentando tranquiliza-lo. - Só não grita mais comigo, se não, eu vou socar a sua cara.

- Não, vou, desculpe. - Ele levantou as mãos ao alto, sorrindo.

- Vamos limpar isso... - Toquei no hematoma em sua bochecha.

- Aí, droga!. - ele hesitou com o rosto, ri em resultado da sua dor.

- Você é sádica? - Ele disse acompanhado de pequeno riso.

Peguei a bandana que estava presa á minha calça e fui molhei-a na pia.

- Posso? - Dito isso, estendi a bandana quase perto do seu rosto, Dylan assentiu com um Uhum.

Assim que encostei a toalha molhada na pele de Dylan na região do hematoma, ele hesitou, gemendo.

- Desculpe - sorri.

- É, você é sádica.

Empurrei o pano contra seu machucado propósitalmente e não precisei contar até três pra ele gritar um "!".

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now