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Completar esse percurso de ida a casa da Martha já estava me enjoando,  mesmo que ainda fosse a terceira vez que eu o completasse.

Ergui minha mão em frente a porta, coberta de hesitação pelas lembranças da noite assustadora que tive nesse local.
 
Memórias difíceis de se apagar.

Antes que eu pudesse pressionar a campainha, a porta se abriu bruscamente.

Levantei meus olhos encarando Martha, com a expressão mais cansada e irritada que qualquer um possa imaginar.

— Ah, é você. — Disse com desleixo enquanto ainda tocava a maçaneta da porta. — Eu imaginei ter escutado um barulho...

— Otima audição. — Respondo sem graça.

— Vamos entre. — Pediu me dando espaço para que eu entrasse.

E em segundos eu estava na sua sala de estar, dentro daquele ambiente tenso novamente.

— Martha... — Ela me interrompeu levantando a mão ao ar enquanto terminava de digitar algo em seu celular.

Revirei meus olhos.

— Espero que você não tenha se esquecido quem procurou quem. — Digo cruzando as pernas e logo seus olhos fugiram do seu telefone rapidamente.

— Desculpe... — Sua fala saiu arrastada — era algo urgente, mas não se preocupe. Em fim, temos que pôr um plano sobre o Bruno.

— Primeiro. — Ergui meu dedo indicador —  Eu preciso saber toda história do Bruno, ou eu não posso fazer nada. — Minha voz saiu ligeiramente alterada. — E que droga aconteceu com o homem daquele dia?

Enquanto eu a encarava pude vê-la respirar profundamente. Martha tomou impulso nos braços da sua poltrona e se ergueu calmamente.

— Vem comigo... — Sua voz saiu um tanto glacial.

Imitei suas ações parando de pé na mesma forma que ela.

—  Eu quero saber a droga da história! — Exclamei —
O que aconteceu com a Vanessa!? — Acrescentei.

No decorrer de tempo em que eu a enchia de perguntas, eu quase pude ver uma silhueta de chamas por trás do seu olhar que quase me queimava de tão brusco.

— Vamos. — Martha moveu sua cabeça lentamente a esquerda, na mesma direção em que ela seguiu.

Deixamos a sala de estar dando em um corredor consideravelmente extenso.

Eu singelamente havia começado a medir as possibilidades daquele ser um maldito tour em sua casa até eu e Martha entrarmos dentro da sua provavelmente dispensa de alimentos.

— O que... — Tentei questiona-lá sobre onde estavamos indo mas fui interrompida pela mesma com um pedido de silêncio breve, um "shi".

Dentro daquela mediana dispensa, havia um porta de carvalho, quase apodrecida, quando abrimos demos em um escada tão mal cuidada como a entrada, a cada passo que davamos um degrau rangia.

Enquanto desciamos ao improvisado porão, não pude deixar ressaltar mentalmente o quanto ele era
consideravelmente assustador.

Era um porão digno de um filme terror; empoeirado sujo e mal cheiroso. Quase parecido com o do primeiro filme Invocação do mal.

Entretanto isso não foi o que mais me assustou, muito menos o ambiente do porão, sim o que estava centralizado nele.

Um homem preso com amarras a uma cadeira e amordaçado literalmente até os dentes.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin