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Eram quase quinze para às seis da tarde, quando encarei meu celular. Eu sei que quando eu chegar em casa, encrencada não é a única coisa que ficarei, como de castigo.

Porém, do mesmo do modo, o dia de hoje valeria a pena.

Virei meu rosto após sentir o polegar de Dylan acariciar o dorso da minha mão cruzada a sua, pousada em minha coxa. Seu rosto estava sério com os olhos firmados a frente, parecendo preocupação.

Ergui nossas mãos cruzadas e brevemente beijei o dorso de sua mão, fazendo com que ele me encarasse espantado e levemente lhe dei um sorriso tranquilizador.

Sua expressão tensa se esvaiu aos poucos antes de se tornar mais leve, ou tentar. Desviei meu rosto para a janela do carro novamente, sentindo a forte ventania correr pelo meu rosto e caçoar de meus cabelos, fazendo-os se agitarem.

Conforme o trajeto para casa chegava-se mais ao fim, uma leve dor no meu peito me atingia, como um mal presságio. O carro parou em frente aos portãos de casa, ambos, Dylan e eu descemos.

Quando estavamos caminhando para passar por dentro dos portões, escutei Carly me chamar e pedi para que Dylan continusasse seu caminho afinal, seria até melhor se chegássemos separados. Andei até Carly que veio até mim e pegou minha mão falando rapidamente:

— Imagino que não tenham se prevenido, em? — Preveu e senti meu rosto corar violentamente, fazendo-o arder. Neguei, constrangida. Resolvi não tentar me explicar, fomos irresponsáveis e tomados por nossos desejos, nos tornamos impulsivos, não há o que explicar. — Imaginei. — Suspirou

— Infelizmente... — Torci meus lábios.

— Mas ele... em você? — Indagou, provavelmente censurando a palavra "gozou", e movi minha cabeça, negando. — Que bom, mas é melhor previnir do que remediar. — Sua mão desocupada foi levada ao seu bolso traseiro. — Quando paramos no posto de gasolina e vocês continuaram dentro do carro... tinha uma farmacia ao lado e como eu havia previsto, resolvi dar uma passadinha por lá. — Carly pôs uma cartela, composta por dois remédios em minhas mãos.

— Obrigada. — Digo abraçando seus ombros. — Se minha mãe estivesse em casa, provavelmente só conseguiríamos comprar amanhã...

Carly deu ombros, mostrando um sorriso leve e me disse para que eu não me preocupasse.

É bom ter amigos que não estão conosco apenas para momentos de diversão, mas em momentos tensos também. Tivemos novamente um despedida, só que, mais carinhosa.

Quando entrei em casa, me surpreendi ao ver Dylan parado de costas para uma parede no hall de braços cruzados e não escutar nenhum barulho em casa. Nenhum murmúrio da minha mãe ou do Bruno, ou o cheiro da janta tomando a casa.

— Não estão em casa. — Murmurou Dylan, seus dedos passaram por seu celular e ele me mostrou uma mensagem, na qual Bruno dizia que tiveram uma reunião de emergência.

Engoli seco ao ler aquilo, o rosto de Martha apareceu no meu rosto e tive medo de Bruno ter metido minha mãe em alguma confusão. Porém, esse medo foi embora quando lembrei que eu estáva pensando na Kate, a mulher que sempre tenta seguir o certo.

— Que bom, sem castigo. — Sorri a Dylan retribuiu guarda seu celular nesse meio-tempo. — Mas ainda sim, não teremos que passar na farmácia. — Digo indo até a cozinha, com ele na minha cola.

— E novamente me desculpe... sou mais velho, deveria ser mais responsável. — Culpou-se após entrarmos no cômodo, me fazendo ofegar.

— Meses, mais velho. — Ironizo tentando manter o clima mais leve,  enchendo um copo com água nesse meio tempo, e pude vê-lo dar um leve riso de canto.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now