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Nós duas deixamos a sala.

Charlie manteve a expressão impassiva, parecendo não se importar em ter falado uma besteira como aquela na sala.

A coisa mais surpreendente foi que enquanto caminhavamos pelos corredores, nada foi dito, nem uma gracinha sequer.

E eu resolvi não cutucar onça com vara curta, e também me silenciei.

Quando entramos dentro da mediana sala de dispensa, havia um cheiro insuportavel de mofo e três notaveis gigante estantes empoeiradas.

Dividimos nossas responsabilidades sobre a lista de materiais que a professora nos entregou.

Recolhi cuidadosamente todas as tintas, pincéis e telas até que bomba explodiu.

— Eu ia pegar as telas! — Informou Charlie tomando três das telas da minha mão agressivamente — Até isso você quer roubar de mim? — Resmungou estupidamente.

Eu a encarei cerrando os olhos e digamos que fiquei quase irritada por sua provocação.

— Isso, culpe a mulher. — Resmungo — Quando você vai crescer e esquecer isso em? — Questiono intrigada.

E aquilo foi o bastante para começar uma enorme discussão dentro daquela sala.

Ofensas e xingamentos de baixo calão se espalharam por dentro daquele cômodo.

Aquela discussão estava a todo vapor, todos os nossos nervos estavam a flor da pele, tanto que haviamos deixado nossos materias no chão.

— Como pode ser tão sinica? — Exclamou empurrando meus ombros me fazendo dar um passo para trás.

— Não me empurra! — Berrei retrucando seu empurrão.

— Ah, não me empurra você! — Charlie me empurrou novamente.

Só que, dessa vez a fatalidade foi maior.

A chave que estava em uma das minhas mãos caiu e acabou se arrastando pelo chão, para fora da porta.

— Olha o que você fez! — Gritei a afastando de mim e correndo até porta.

Girei a maçaneta bruscamente tentando abrir a porta.

Ela deve ter trancado automaticamente quando a fechamos há alguns minutos.

Me curvei rapidamente para tentar espiar por baixo da porta para ter uma visão de onde a chave possa ter parado e se alguma de nós conseguiria alcança-la.

A chave estava perto.

Lamentavelmente a abertura por baixo da porta era estreita demais para que o braço de qualquer uma de nós pudesse passar.

Aos meus olhos o corredor parecia estar vazio e isso não é novidade, afinal ninguém sem autorização do professor ou qualquer outro funcionário pode passar por aqui.

— Estamos presas! — Informei-a  ficando de pé com o tom totalmente desanimado.

Suspirei pousando as mãos na minha cintura, eu estava prestes a surtar.

— A culpa sua. — Murmurou Charlie sinicamente.

Revirei meus olhos.

— Olha só Charlie... — Digo pronta para enchê-la de xingamentos mas então quando a encarei, percebi que não valia a pena. — Apenas cala a sua boca, por favor. — Peço quase mordendo meus lábios para conseguir me conter.

Me agachei sentando-me de costas para um das estantes dos cômodo, pousando meus braços em meus joelhos e então observei Charlie continuar de pé com os braços cruzados, enquanto bufava impcientemente.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now