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Sua expressão que era de total surpresa e descrença com aquela cena em tão pouco tempo se tornou de desconforto e confusão.

Algumas pessoas nos encaravam visto que a tão poucos minutos eu "beijava" o namorado de Charlie e em outro seu ex apareceu.

Pude sentir o peso de toda a situação quando sua expressão pulou para irritada e Dylan o mesmo empurrou Josh que estava ao meu lado.

— O que está fazendo perto dela cara? — Disse Dylan empurrando Josh outra vez que apenas se afastava com um sorriso debochado de canto. — Qual é a graça? — Empurrou-o novamente.

— Dylan para. — Digo incerta me metendo entre os dois.

Logo recebi um olhar duvidoso de Dylan que logo ficou pasmo.
Ele deu alguns passos para trás balançando a cabeça em negação
e pela primeira vez pude vê-lo sem fala.

— Você voltou com ele? — Disse Dylan com os punhos cerrados e a voz firme desviando seus olhos tentando quebrar a conexão com os meus. — Responde Mendy!

Assenti com a cabeça com os olhos cheios de lágrimas e inesperadamente pude sentir as mãos tenebrosas de Josh enlaçarem minha cintura.

— Parabéns ao casal. — Dylan bateu palmas sarcasticamente
encarando nós dois. Ele começou a caminhar com a decepção em seus olhos. — Se algo der errado, não me procure. — Disse Ríspido virando as costas.

Meu coração estava tão abalado que eu podia senti-lo falhando a cada pulsação. Não conseguia responde-lo ou murmurar qualquer coisa.

Nunca imaginária que uma briga com Dylan poderia me afetar tanto.

Sentia que hávia algo pesado e quente na minha garganta, que a rasgava impedindo-me de falar.

Impedindo cada tentativa ou cada pigarreio ou uma sequer palavra falha.

Minutos depois de silêncio com Josh, recebi um selinho do mesmo, que causou-me ânsia e após ele me deixou abandonada no corredor.

Apesar que eu diria "abandono" se eu quisesse ter a companhia da pessoa que me deixou.

Dylan

Ter Josh longe de mim é um alívio ao meu coração que se mantém pesado a todo tempo ao seu lado.

Algum tempo depois senti que desabaria aos choros se fosse a sala de aula e busquei aconchego entre algumas estantes da biblioteca.

Chorei até soluçar naquele espaço frio e triste para minha alma até uma aura quente aparecer.

— Mendy? — Quando escutei a voz de Carly(?) levantei meus olhos cheios de lágrimas e ela logo sentou-se ao meu lado apreensiva. — O que está acontecendo?

— Eu não sei! — Exclamei — Eu quero parar de vir a escola... — Funguei e ela insistiu com a cabeça que eu continuasse. — Ninguém sabe como estou triste por dentro. Eles não sabem, mas eu estou tentando superar tanta coisa. Eu quero ajuda, mas eu sei que ninguém pode me ajudar...

Lágrimas que pareciam querer aparecer a muito tempo começaram a descer pelos meus olhos.

— Tem uma única pessoa que eu acho que poderia me ajudar... — Sorri fraco envolvida por lágrimas — Mas eu nem sequer posso contar a ele as coisas que estão acontecendo. Estou tentando arrumar a minha vida, mas parece que estou apenas chorando metade do tempo. Acho que a minha mãe nem me ama mais...

— Não diga isso Mendy. — Ordenou com os olhos marejados.

— Parece que não importa o que eu faça ou a opção que eu escolher... eu sou o que está errado. — Arfei — Se eu fazer algo para não me machucar, machuco que está ao meu lado.

Carly me observou com a boca aberta por alguns segundos até me acolher em seus braços.

— Esta tudo bem... — Ela me apertou dentro dos seus braços. — Mendy, não importa o que está acontecendo. Eu preciso que você me conte. — Ela me afastou pelos ombros, fazendo nossos olhos ficarem conectados — Independente de tudo, sempre estarei ao seu lado.

— Eu sei. — Funguei. — Mas eu não posso e não consigo.

— Certo. — Ela suspirou — Estão rolando alguns boatos que está namorando o Josh é verdade?

Eu queria gritar e espernear contando-lhe a verdade mas apenas consegui assentir com um "uhum".

— Certo... — Pude senti-la engolir seco enquanto eu apoiava minha cabeça em seu peito e ela mexia em meus cabelos. — Vai ficar tudo bem...

— Obrigada. — Agradeci.

— Mas saiba que estão te chamando de vagabunda... — Ela disse em um tom cômico e eu ri.
— Ficar com ele enquanto ele estava com a Charlie não foi uma boa. — Ela riu.

— Você só gostou dessa parte. — Ri entre lágrimas.

— Eu nunca faria uma coisa dessas. — Digo divertida com um tom se descrença divertido.

Cabulamos o resto das aulas e pela minha surpresa, a pessoa que mais odeia bibliotecas me fez ficar nela o resto do dia para espairecer um pouco desse dia louco com uma conversa

Adentrei o espaço de casa apreensiva de ter que cruzar espírito com o de Dylan. Porém, foi pensado e simplesmente aconteceu.

Fiquei parada no hall de entrada depois de tirar meu tênis. Encarando a figura de Dylan que me observava discretamente, mas não o bastante.

Independente do quanto ele está bravo comigo, não consigo deixá-lo sentir qualquer sentimento ruim, que me doe totalmente.

Me aproximei quase rastejando até ele, que me ignorou encarando seu celular.

— Podemos conversar? — Pergunto recebendo um silêncio
em resposta. — Eu vou falar do mesmo jeito... — Suspirei.

Ele se aconchegou no sofá digitando em celular.

— Eu não espero que me entenda, — arfei — mas só quero te pedir que pense bem. Que respeite o que eu escolhi... e que lembre que eu preciso de você, você é a última coisa que eu tenho. — Digo com o tom de voz baixo e sem demorar muito ele cedeu o muro que contruiu entre nós.

— Você tem ele, não se esquece. — Ele riu debochado se levantando.

— Dylan... — Chamei-o.

— O que!? — Indagou alto. Dei um sobressalto espantada — Qual seu problema Mendy? Ele tentou te agarrar, aqui nessa sala mesmo e você volta com ele sem mais nem menos?

— Não é bem assim... — Disse com os olhos marejados negando com a cabeça. 

— Então como é Mendy!? — Berrou depois deixando um silêncio profundo na casa  inteira. — O que aconteceu entre nós não foi nada, qual o seu problema?

— Como assim? — Perguntei confusa — Você disse que...

— Você não entende nada! — Ele gritou. — Olha só, sua doida. Não se aproxima mais de mim!

Uma lágrima que lutei para segurar, desceu pelos meus olhos e Dylan deixou a sala subindo para o quarto.

E naquele dia, quem não desceu nem mesmo para respirar fora do quarto foi Dylan e a minha consciência pesou a noite inteira no meu cúbiculo gelado e solitário que eu chamara de quarto. E pela manhã, não tive forças para sair da cama.

#29

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Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now