68

669 51 24
                                    

Como páginas, os dias estavam se passando, quase completando uma semana após a tragédia.

Os jornais, a polícia, todos esperam o momento em que Mendy acorde e bata o martelo que paira sobre a assassina que estava em condicional em casa, Martha. Enquanto os corações das pessoas próximas a Mendy, apenas anseaiam que ela finalmente possa voltar vida de todos. Se é que eu terei isso.

Desde que me dei por mim, percebi que a coisa que mais anseio é a sua volta. Seu tom de voz, graça, abundante forte personalidade e beleza; as coisas que resultaram na minha paixão por ela.

Então, digamos; estou necessitado, desesperado e todos os sinônimos dessas palavras, por ela.

— Dylan, preste atenção ou, eu juro que vou fazer com que está caixa esmague seu rosto e esta sua maldita barba por fazer. — Tia Carol assegurou entre ofegos. Vejo que ela não está brincando quando noto seus olhos cerrados e o maxilar travado.

Eu tinha novamente me afundado em pensamentos e esquecido dos meus afazeres.

— Desculpe, tia. — Peço e apanho mais o fundo da extensa caixa em minhas mãos. Carol suspirou aliviada com o peso da caixa agora desviado para nós dois, igualmente.

Com delicadeza, conseguimos passar  com a caixa pela porta de entrada. Graças ao conteúdo da caixa, — que contém algumas peças do seu armário
— ela estava muito pesada e optamos por deixá-la perto da escada.

Suspiro e agradeço mentalmente que esta é a última caixa que descemos do carreto. Poderíamos ter encontrado alguém para fazer isso, mas a pão dura, ou melhor, economista, como minha tia se chama, afirmou que faríamos um trabalho rápido e de graça, melhor que qualquer um.

— Querem que eu faça algo para vocês? — Perguntou e me viro para trás, vendo Kate caminhar até nós com dois copos com água em cada  mãos. — Aqui. — Nos estendeu os copos e aceitamos. Com toda minha sede, bebi todo conteúdo de vez.

— Eu queria... — Digo inicialmente mas sou impedido de terminar a frase quando recebo um tapa na minha nuca. Me viro imediatamente encarando o rosto amargo e ameaçador de Carol.

— Não precisa, obrigada. Nós nos viramos. — Respondeu minha tia, aproveitando para me fuzilar com seu olhar enquanto passo a mão na minha nuca.

— Tudo certo, então eu já vou indo. — Kate riu.

— Tem certeza que não falta nada? — Pergunto e Kate assente mexendo seu rosto e dando um passo a frente, pronta para ir embora.

Ela apenas veio buscar o resto das suas coisas e os móveis do quarto da Mendy. Ela estava se mudando novamente para sua casa.

O caminhão de mudanças com suas coisas já havia ido embora e ela ficou dizendo nos faria companhia.
Não será mentira quando digo que sentirei falta das duas aqui.

— Vai voltar como? — Indago e Kate retorna.

— Ônibus. — Respondeu de imediato, perpassando seu polegar entre a alça da sua bolsa e seu ombro.

— Se quiser, eu posso te dar um carona. — Sugiro e ela assente com um sorriso. — Certo, vou pegar o carro... — Sorrio me virando em direção a garagem.

Cheguei até lá através da passagem interna em casa. Assim que entro na garagem, aperto o interruptor ao lado da porta. A porta da garagem se abre, acompanhada de um barulho assustador, o som que eu me lembro bem que era a trilha sonora dos meus pesadelos quando criança.

Me movimento em direção ao carro e na caminhada, pego o moinho de chaves o qual eu havia esquecido perigosamente em cima do balcão de ferramentas. Adentro o carro, me assentando e fazendo o motor rugir em segundos.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora