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Movimento minha mão á levando até meu pulso direito, com cuidado para não derrubar o buquê de flores comprimido entre meu antebraço interno e minha costela. Com a pontas dos dedos, dobro a manga da minha camisa cambraia preta. Este tipo de roupa me parece ser tão formal.

Estendo minha mão e bato três vezes na guarnição da porta, embora ela esteja aberta e dê claramente para ver que sou eu.

Do lado direito do quarto, com os cotovelos apoiados na beirada da cama e utilizando o celular, Larissa deixou de olha-lo e arregalou seus olhos escutou o barulho que causei. 

— Dylan!? — Indagou com um sorriso no rosto que mostrou suas profundas covinhas, que quase foram escondidas por baixo do seu blush.
Ela se levantou e caminhou até mim como os braços abertos. Seus braços me envolveram em um abraço rápido e sutil. — O que faz aqui? — Seus olhos encararam disfarçadamente o buquê de lírios brancos nas minhas mãos.

— Vim ver como ela está... — Digo e ando parando em frente a péseira da cama.

Já fazem três dias. Porém, na mente de todos já se passaram uma, ou melhor, duas semanas.

Coberta até os cotovelos, com os olhos fechados e o cabelo amarrado em um coque. Com certeza Larissa que o fez.
Mendy está bem cuidada. Kate e Larissa estão fazendo um ótimo trabalho cuidando dela.

Três dias seguidos após o acidente, não pude voltar aqui. Não porquê eu não quis, porque eu não tive tempo.

Minha vida está sendo terrívelmente estranha e se ela fosse uma forma, com certeza seria a torre Eiffel, de cabeça para baixo. Afinal, ela está de pé sem nenhuma lógica.

Muitos amigos do Bruno estão sendo presos. Amigo que conheço desde pequeno. É surreal.

A empresa está acabada e nada irá salva-lá. Eu estou acabado. 
Meu único livramento é que não restaram-se divididas.

Estou tentando me aprofundar em todas as coisas que aconteceram na vida profissional do meu pai e tudo apenas me assustou. É como se eu estivesse subindo uma escada a minha inteira e em um segundo, descubro na verdade era um pau-de-sebo e eu escorrego.

Todos os meu familiares estão na minha casa. Como no casamento do meu pai, há um ano atrás, só que dessa vez todos conversam sobre o enterro e morte dele. O irmão dele está arrasado, como as minhas tias.

— Deixa que eu pego isso. — Larissa ofereceu-se pegando as flores e levando até o lado esquerdo da cama onde Mendy repousa. Em um minusculo criado-mudo preso a parede, Carly tirou as flores quase mortas de cima do móvel e as trocou pelos os lírios. — Para onde vai, tão arrumado?

— Para o enterro do meu pai. — Respondo e vejo Larissa morder seus lábios, constrangida.

— Eu não quis... — Tentou falar mas gesticulo com as mãos para que ela entenda que não foi nada. — Sinto muito. — Lamentou e sorrio tristemente.

— Se quiser, pode ir. Eu adoraria companhia. — Comento e ela coçou seu cabelo sorrindo quase sem graça.

— Não acho que minha companhia seria apropriada para o enterro dele.
— Contou e sem jeito e encarou Mendy.

Ela está certa. Como o Bruce e Carly.

— Alguma mudança? — Pergunto tentando mudar o assunto.

Encaro o rosto desacordado de Mendy. Seus lábios estão hidratados e sem sinal de qualquer uma daquelas peles ressecadas. Talvez Larissa esteja passando manteiga de cacau neles.

Sorrio solitário, imaginando que Mendy poderia acordar a qualquer momento, como nos filmes.

— Eu vou cortar meu cabelo. — Meu rostos se virou espantado com sua resposta então ela ri e vejo é uma piada. — Brincadeira. — Comentou e eu acabo por rir. — Ela está do mesmo jeito. Mas tenho certeza que ela vai acordar em pouco tempo.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now