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Ser acusada de agressão, matar um animal e deixar no armário de outra pessoa, com certeza foi o auge do meu dia.

Graças à Dylan que conversou com a diretora e a minha mãe que contou a ficha longa de Charlie, eu havia saído praticamente ilesa, com apenas 3 dias de suspensão.

Uma grande sorte. Eu tinha esquecido que quando se cutuca uma onça com vara curta, esteja preparado pra morrer ou levar mordida.

Porém, eu só havia saído com alguns arranhões.

— Ou... tem alguma Mendy por aí? — Dylan me chamou, batendo na porta entreaberta.

— Se você já ta com a cabeça dentro do quarto, pra que ainda bate? — Me levantei da cama, me encostando na minha cômoda em frente à porta.

— É pra causar um efeito...

Ele veio até mim, com um ar malicioso, que me fazia prever seus movimentos.

Quando minha mente pode funcionar, nossos rostos já estavam colados o bastante para um beijo, que eu não deixei acontecer.

Virei meu rosto, com o coração pesado.

— Sabe Dylan, o que estamos fazendo? — Suspirei.

— Como assim?

— Isso é estranho, sabe, até onde nós vamos com isso? — Cruzei meus braços, em reflexão.

— Até onde você quiser, quando você quiser parar, nós paramos... — Ele deu um passo pra trás, coçando sua nuca desconfortável o bastante pra ser lido na sua cara. — Eu te disse que sentia atração por você e só isso, você concordou e... — Interrompi-o, já incomodada com o seu rápido flashback de palavras.

— Esquece. — Dei ombros. — Finja que eu não disse nada disso, está bem? O mesmo é pra você, quando estiver cansado paramos.

Olhei ao nada, evitando seu rosto. Escuta-lo dizer aquilo, não sei porque, me irritou consideravelmente.

— Bom, eu não vim aqui pra isso. — Ele deu ombros —
A Larissa está ai em baixo.

— Ela já chegou!? — Falei espantada — Porque não me avisou antes?

Eu estava tão perdida nos acontecimentos de ontem que eu tinha me esquecido completamente que ela viria passar uns dias conosco.

Nem se quer fui eu que a chamei, e sim a minha mãe, porque segundo ela, minha cara estava muito "borocochô".

Ri fraco lembrando da mesma convidando Larissa pra vir aqui.

— Bom nós estávamos... — Ele apontou pra nós dois quase rindo.

— Esquece, tenho que vê-la. — Sai do meu quarto disparada, quase deixando-o falando sozinho. Desci as escadas, no estilo que nem bala pegava.

Larissa estava na sala, com uma mochila, que se eu a conheço bem, estaria lotada de roupas.

— Larissa! — Gritei enquanto corria até ela, que me esperava
de braços abertos.

Eu apertei tanto que ela teve que pedir para eu soltá-la, pois estava sufocando-a.

Faz tanto tempo que não a vejo, mas que pareciam séculos.

— Uau! — ela gritou surpresa —
Se eu soubesse que eu receberia um abraço desses, eu já teria vindo a séculos.

— Deveria! — Exigi — Se a minha mãe não me sufocasse tanto, eu já estaria praticamente como um móvel na sua casa, como antigamente. — Nós duas rimos descontraídas até um certo rapaz aparecer na sala.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora