73 | Epilogo

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Carly está descendo do carro.
Minha garganta está quase se fechando com o meu nervosismo.

Talvez eu me recusasse a descer, se no mesmo instante Dylan e Bruce não saíssem de casa.

Os cabelos castanhos de Dylan estão desequelibrados e agitados, eu acho lindo, então nunca diria bagunçado.

Suspiro profundamente espero um segundo e abro a porta do carro.
Quando meus pés tocam o chão, encaro Dylan. Seus olhos me cobrem como um cobertor fofo, mas que em um instante, pega fogo.

Ele não parece nada doente como Carly descreveu. Pelo contrário, ele até parece muito disposto.

Lanço um olhar duvidoso a Carly e ela franze os lábios inferiores em direção a Bruce, como quem diria: "deu merda". Ele imita o gesto com humor. Estou confusa.

Dylan está se aproximando de mim e o frio na minha barriga só aumenta.

- O que faz aqui? - Pergunta, enfiando as mãos nos bolsos.

Minha boca se abre, pronta para dizer cada maldita frase que tentei decorar no percurso até aqui. Mas ele me interrompe.

- Seu pontos não se abriram? Você não voltar para o hospital?

Franzo minhas sobrancelhas ao escutar suas perguntas.
O que ele está dizendo?
Movo meu rosto em um gesto de duvida, colocando a palma das minhas mãos para cima.

- Não, do que você está falando? - Indago, mas ele ignora e se vira para encarar Bruce, que grita:

- Estamos indo!

Ele anda até Carly e passa seu braço por seus ombros e vão até o carro. Então, finalmente entendo.

Isso foi uma cilada. Uma cilada amorosa.

Ambos entram dentro do carro.
Eles vão me deixar aqui.
Começo a andar até eles, pronta para liberar meu dicionário particular de xingamentos.

Mas, quando estou perto, o carro de Bruce começa a andar de ré.
Como se tivessem acabado de roubar um banco, eles vão embora.

Bufo, fechando meu olhos por alguns segundos.
Malditos.

Me viro de volta para Dylan e sinto meus pulmões se tornarem pequenos.
Agora estamos sozinhos.

Ele vem até mim, de braços cruzados. Seu rosto está fechado, e não consigo distinguir se ele está bravo ou confuso.
Eu não consigo dizer nada.

Tentando tomar coragem, eu chupo minha respiração e em seguida, solto-a, como um jato. Abro minha boca, e nenhuma palavra sai. Estou franzino minhas sobrancelhas tão forte quanto franzo meus lábios.

O silêncio entre nós é desconfortável.
Ele está me encarando como se eu fosse louca. Provávelmente por causa da minha careta.

- O que... acabou acontecer aqui? - Pergunta, relutante.

Não sei como explica-lo, então apenas
sorrio, meio sem graça.

- Eles armaram, isso aqui. - Acrescento um gesto, indo e vindo entre nós.

Seu rosto então, toma um olhar de clareza e depois de vergonha.

- Eu estava indo na sua casa.
Me disseram que você voltaria para o hospital. - Confessa e rapidamente nego.

Eles pegaram pesado, estavam mesmo empenhados nesse encontro.

Encaro seus olhos, pensando no que dizer. Eu estou apavorada. Quero abraça-lo, pedir desculpas e talvez beija-lo.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now