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Um brilho forte apareceu me cegando e em um instante recuo para trás assustada com a gritaria que o acompanha.

— Surpresa! — Gritou uma multidão de vozes entrelaçadas.

Abro meus olhos com dificuldade e enxergo o mar de pessoas a minha frente; Com todos os tipos de adolescentes. Colegas do meu colégio atual e até mesmo do antigo. Larissa e Carly estão parados na frente deles.

As duas caminham sorridentes e de braços abertos em minha direção. As recebo com todo entusiasmo que a minha situação de choque pode deixar.

Meu coração parece querer pular do meu peito durante esse abraço, de um jeito reconfortavel. Finalmente as libero do meu abraço e escuto uma música eletrônica ser solta. Todos começaram a dançar.

— Fizeram um ótimo trabalho, garotas. — Comentou, minha mãe encarou a multidão de pessoas e as elogiadas Carly e Larissa sorriram.
Elas estão radiante e aparentemente combinaram sua roupas; Larissa está com seu cabelo castanho em ondas, usando um vestido cintilante azul de alcinhas; Carly está com o mesmo vestido só que, azul cintilante, com os cabelos cacheados soltos batendo nos ombros.

Continuo sem palavras, apenas  franzindo as sobrancelhas examinando a expressão de cumplicidade das três.

— Você sabia? — Digo quase rindo apontando minha mãe e em seguida toda a festa.

— Não dá pra fazer uma festa sem que dona da casa casa saiba! — Disse Larissa tocando meu ombro, Carly sorriu concordando.

— Vocês duas, são umas malditas. — Me movimento para abraçar as duas novamente por um curto tempo.

— Larissa? — Minha mãe a chamou rapidamente — Vem comigo... preciso saber quem são aqueles que estão brincando com meu vaso. — Ordenou, agarrando o pulso de Larissa. As duas foram em em direção ao quarteto de garotos e Larissa olhou para trás,
franzindo o rosto comicamente como se estivesse encrencada, eu Carly gargalhamos.

— Está tudo impecável... — Agradeço encarando o ambiente.

Eu nunca havia visto a casa tão movimentada quanto hoje. O ambiente alegre contageia. Em um instante, percebo que o hall e a sala estão sem qualquer um dos móveis.

— O Dylan que deu a idéia... — Carly deu ombros e aposto que minha fisionomia decaiu em um instante.

— Você sabe? — Ela assente com seu rosto — Ele achou os papéis, não consegui contar nada. — Seus lábios franzem.

— Entendo. Falando nisso, eu descobri algo. — Seu olhar se tornou sério.

Fomos para o meu quarto. Demorou um pouco por que eu tive que passar por uma de pessoas me parabenizando. Dentro do quarto,
Carly começou a mexer em seu notebook.

— Ela vai para... Califórnia. — Contou e virou seu eletrônico em minha direção. Posso ver uma sequência de mensagens de Martha com um homem. Ela estaria no aeroporto meia noite. — Tudo como você desconfiou.

— Merda... — Suspiro encarando o nada, como se isso me tirasse dessa encruzilhada. — Escolha errada pra ela. — Afirmo decidida ao que fazer.
— Eu vou te enviar umas fotos. São do novo passaporte e passagem aviária dela. Quase perdi elas quando mudei de telefone. Não posso errar novamente. — Comento e ela assente.

Depois de mais uma grande troca de informações com Carly, voltamos para dentro da festa. É bom ter minha consciência livre para delata-la. E farei isso, esta noite.

Depois de ambas descerem as escadas, nos separamos. De relance, encaro a porta de casa e a vejo ser aberta.

Foi como um soco no meu estômago. Todo meu fôlego foi roubado por um tempo quando o vi. Parado em frente a porta encarando a multidão. Posso reconhecer que as roupas que ele veste não são suas; Um blusa de mangas cor marrom e a calça jeans.

Meu corpo paralisa quando percebo que Dylan está se aproximando de mim. Porém, tento me manter firme, mesmo que a cada passo seu a musica parece sumir progressivamente e minhas pernas tentam fraquejar. 

— Você viu o meu pai por aí? — Perguntou. Me sinto especialmente frustrada por essa ser sua única frase. Sem palavras, nego imediatamente com meu rosto.

— Fico feliz em te ver. — Comento, e me amaldiçoou armagamente quando vejo seus lábios formaram um simples sorriso amargo e ele se afastar.

“Fico feliz em te ver.”
Sério? Alguém me interna.

Vê-lo novamente, foi um misto de dor e felicidade no meu peito. Ao menos sei que ele está bem.

Entretanto, não posso negar uma
simples euforia por ele não ter simplesmente me ignorado. Porém, ainda é cedo pra falar. Ele apenas sabe a ponta do iceberg desta história.

— Você está bem? — Uma voz soa na minha frente e eu ergo meu rosto encontrando os olhos pensativos de Larissa. Aceno positivamente e ela sorri. — Então vem, vamos dançar. — Sugeriu agarrando meu pulso e me levando para sala de estar, que agora está mais para uma pista de dança.

No meio de todos, fiz o máximo para me soltar na dança, porém jeans não era o melhor modelo para isso.
Apesar disso, minha tensão não se esvaia. O rosto de Dylan parece estar desenhado nas minhas pálpebras, por que em um piscar de olhos, ele sempre aparecia.

Músicas depois, finalmente pude recuar. Em uma tentativa de me sentir mais leve, aproveito para beber uma cerveja. Saboreio o gosto pouco doce que se amargava na minha garganta. Essa é primeira vez que tomo de álcool sendo maior de idade.

— Mendy. — Escuto alguém me chamar e em instante alguém agarra meu pulso. Em seguida logo encaro.

Deixo a garrafa de cerveja na mesa e encaro Carly com cuidado, seus olhos estão arregalados. Franzo minhas sobrancelhas aguardando uma resposta. Carly move seus olhos para a porta e sigo-os.

Meu coração novamente disparou.
Eu não estava preparada para esta noite, muito menos para os Olivien's me desestabilizarem como hoje. Parado em frente a porta, com um terno preto, um arrepio sobe a minha espinha quando vejo o olhar frio em Bruno.

— Alguma coisa deu errado! — Afirmou Carly. Meus olhos não param de segui-lo enquanto ele tenta se movimentar com dificuldade entre as pessoas. — Vou olhar as mensagens de Martha.

— Eu vou procurar Dylan. Quero ter a oportunidade de conversar com ele antes do pai. — Revelo afobada. Carly apertou meu ombro demonstrando. — Diga a minha mãe que Bruno chegou. Isso pode me dar um tempo.

— Acho que Dylan esta na piscina. — Contou e imediatamente me afasto. 

Me espremi entre alguns colegas da minha antiga escola para passar despercebida por Bruno. Antes que eu corresse em direção a dos fundos, o vi indo até a sala estar.

Chamo pelo nome de Dylan na área da piscina. Pisco meus olhos após parar na borda da piscina por trinta segundos... não há ninguém.

Parece que Carly errou.

Prevendo que a última coisa que eu encontraria aqui seria Dylan, recuo me virando imediatamente.

Em seguida, a primeira coisa vi foram olhos azuis. Frios, ou melhor, glaciais. Tão nervosos como oceano, capaz de afogar qualquer um. E seguida fui golpeada, tão fortemente que perdi a força das minhas em segundos, e cai.

Sapatos pretos muito bem lustrados, foram a última coisa que eu vi antes que tudo ficasse embaçado e em seguida, preto.

Seja o que for, bateu tão forte na minha cabeça que pensei que ela fosse se partir.

#64

Desculpem, pelo corte na parte importante?

Se eu colocasse tudo em um capítulo só, ficaria muito grande. Então, decidi encurtar. Próximo capítulo sairá depois de amanhã.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now