Love, Albus

Capítulo 36

— Capítulo 36 —

Como se alguma coisa estivesse mantendo-o parado em pé ao chão, Albus olhou para a sua mãe. A ela, no entanto, a única coisa que fez foi um gesto para que ele se apressasse, então Albus, quase engasgando-se com a própria saliva pela surpresa, caminhou rapidamente para fora do quarto, lançando um último olhar para Lily, cujo sorriso ligava ambas as orelhas, embora seus olhos estivessem transbordando em lágrimas.

Ele correu ao quarto, puxou seu malão que ele nem teve tempo de arrumar, e enfiou o que achou ser necessário dentro dele. Não entendia o que fazer as malas poderia significar mais além de "você vai para a casa dos Malfoy". Ele iria para a casa de Scorpius. A barriga dele deu um salto. Sorriu, embora nervoso, e fechou seu malão já pronto. Ficaria o resto das férias de verão com a companhia de Scorpius.

Quando Albus saiu do seu quarto com o seu malão em mãos, ele teve a visão de James o espiando pela frestinha da porta do quarto dele. Olhava-o de um jeito estranho, mas Albus soube que não era alívio e nem raiva, mas também não quis perder tempo decifrando, apenas ignorou-o e continuou o seu caminho.

Como desceu as escadas olhando ao redor, não demorou para perceber que Harry o encarava perplexo. Ora respirando fundo, os olhos muito arregalados, ora encarando Draco que, sinceramente, pouco se importava se Harry estava gostando ou não. Estava evidente nos olhos do pai que ele não estava esperando aquilo, muito menos estava esperando que Draco fosse estender a mão a Albus, convidando-o silenciosamente a se aproximar dele. Foi inevitável não se aproximar de Draco, mas tentou fazê-lo tentando a todo custo não ver como Harry reagiria a isso.

— Está roubando meu filho. — foi o que o homem disse, a voz tremendo. — Ele está roubando meu filho de mim!

— Harry, querido — Albus ouviu Gina dizer. —, Albus vai voltar. Ele apenas precisa respirar um pouco. Você entende?

— Vão machucar meu filho! — Harry exclamou, e Albus teve a impressão de que estava prestes a chorar. — Vão fazer mal ao meu Albus!

— Eu vou ficar bem, pai.

Estava evidente nos olhos de Harry que o homem estava desesperado, mas quando Albus o encarou, mistos de sentimentos confusos invadiram eles. Harry não confiava, afinal, Draco estava levando seu filho embora e, exatamente agora, havia tocado no ombro de Albus, cuja cabeça virou-se a ele e assentiu ao notar o que o olhar de Draco queria dizer.

— Gina — os olhos de Harry se encheram de lágrimas. —, Gina, por que deixou isso acontecer? Gina, o nosso filho. Por favor. Eles não podem, o meu filho...

— Tudo ficará bem, Harry. — ela sorriu, tentando tranquilizá-lo e segurando em ambas as bochechas do marido, de modo que este a encarasse.

Mas Harry não o fez. Ao invés, o homem atirou-se até Albus e inclinou-se na direção dele. Suas mãos grandes seguravam os braços do filho com firmeza, e Albus se ofegou de susto. Gina suspirou pesadamente, muito preocupada e, enquanto isso acontecia, Draco chamava Scorpius; não sabia onde ele estava, afinal.

— Albus — Harry chorou, olhando-o de perto. —, Albus, me perdoe. Prometo que se ficar aqui eu vou parar de agir assim. É minha culpa, eu estava sobrecarregado, mas eu vou mudar, você vai poder vê-lo. Albus...

— Desculpa, pai. — Albus falou baixinho. — Mas tem que ser assim. Percebe que se você apenas aceitar vai ser tudo mais fácil?

— Vamos, Albus. — ouviu Draco dizer.