Capítulo 54

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— Capítulo 54 —


— Ela só está começando.

Albus e Scorpius ficaram presos naquele abraço envolvente, que não demonstrava nada além de segurança e afeto. Finalmente, Albus pôde se sentir aliviado. Apenas naqueles braços acolhedores ele se sentia daquela forma. Não queriam se soltar. Era como se, uma vez se soltado, eles perderiam um ao outro mais uma vez.

E nenhum dos dois queriam isso. Definitivamente. Estavam seguros naquela posição, com a pessoa certa. Mas, infelizmente, não podiam ficar assim para sempre. Haviam coisas a serem feitas.

— Será que McGonagall vai perceber que você ainda não chegou? — A voz de Scorpius soou como um pedido para que ele ficasse mais. Apertava o corpo de Albus contra o seu, e sentia o Albus fazer o mesmo, enquanto colocava a cabeça contra seu pescoço. Não queriam ficar longe um do outro nunca mais.

— Não quero voltar lá. — implorou Albus. Sua voz saiu-lhe rouca enquanto fazia um carinho sutil nas costas de Scorpius.

— Também não quero que você vá. Mas você, pelo menos, precisa trocar de roupa.

— Não quero ir...

Sussurrou Albus, como se fosse um segredo. Qualquer um que entrasse lá de repente notaria o quanto eles precisavam um do outro. Aquela era a melhor sensação do mundo. Era estar abraçado à Scorpius, sabendo que ele o amava, e sentindo ele sorrir contra seu pescoço. Nem uma gota de álcool chegaria aos pés daquilo.

— O dormitório está aqui do lado. — Scorpius lembrou. — E só tem a gente aqui. Se você quiser, eu posso ficar lá com você enquanto se troca.

Só assim para se soltarem. Mas não acabou aí. Depois de separados, eles tornaram a se encarar intensamente, encarando os olhos um do outro como se quisessem guardar na memória como era aquele olhar que demonstrava pura paixão. Inclusive, mesmo com o abraço desmanchado, eles ainda seguravam suas mãos, e não as soltaram nem quando Albus caminhou até o dormitório, levando Scorpius com ele.

Não demorou muito para Albus desentrelaçar suas mãos para que pudesse, preguiçosamente, tirar a própria blusa. Aquela roupa ridícula da enfermaria não combinava com ele. Scorpius se sentou na própria cama, observando cada movimento minuciosamente. Amava como, além de ser uma pessoa maravilhosa, Albus também tinha um corpo tão incrível. Albus obviamente não percebia o quanto era lindo, e às vezes Scorpius tinha vontade de batê-lo e dizer "Ei, pare de se rebaixar! Você é perfeito!".

Albus parecia exausto, mesmo tendo adormecido por mais de dez horas. Na verdade, ele não estava com sono, tampouco cansado, mas sim se sentindo fraco e muito faminto. Afinal, faziam quantas horas que não havia comido?

Quando terminou de se vestir, fazendo isso tudo muito lentamente, e sendo observado pacientemente por Scorpius, Albus saiu do dormitório e foi para a comunal, convicto de que Scorpius estava caminhando apressado logo atrás. Albus se sentou no sofá, não notando, até então, o quanto suas pernas estavam cansadas. Era um alívio se sentar.

Scorpius, por outro lado, caminhava hesitante em sua direção. Albus achava particularmente muito fofo o jeito pelo qual Scorpius estava todo preocupado com ele, fazendo questão de não desviar seus olhos dele nem por um segundo, como se temesse que ele caísse no chão. E quando Albus relaxou-se no sofá, Scorpius sentou-se ao seu lado, abraçando as pernas e mantendo o contato visual.

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora