Capítulo 24

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— Capítulo 24 —


Ambos os garotos se certificaram de que Batilda Bagshot estava longe o suficiente para não vê-los antes de, às pressas, atirarem-se em direção à casa da mulher, cuja porta estava levemente entreaberta.

A única coisa que fizeram antes de adentrar à casa escura foi se entreolharem nervosos. A casa cheirava mal, cheirava tão mal que Scorpius murmurou em protesto, torcendo o nariz. Não sabiam se era o cheiro de velhice, se era o cheiro de pó, ou se era o cheiro inconfundível de comida estragada que deixava tudo fedidamente podre.

— Não consigo enxergar nada. — murmurou Scorpius com a voz baixa.

— Vamos procurar umas varinhas, embora eu ache incomum fazer coleção de varinhas. Mas você faz coleção de moedas trouxas, e isso salvou a nossa vida. Espero que essa suposta coleção de varinhas seja real e nos salve também.

— Olhe...

Com a exclamação ansiosa de Scorpius, Albus apertou os olhos de modo que pudesse enxergar o que o amigo havia visto. Não pôde ver nada, apenas sentiu um pedaço comprido de madeira em sua mão — que era inegavelmente uma varinha.

— É a segunda vez que você salva a nossa vida só hoje.

Albus iluminou o local com a varinha a tempo de ver Scorpius sorrir ao seu lado, com uma varinha brilhante também em mãos.

— Onde Batilda Bagshot guarda seus ingredientes?

— No porão. — respondeu Scorpius imediatamente. — Dizem que no porão.

Demoraram pelo menos dois minutos para encontrarem o porão daquela casa escura. Poderia ser dito de passagem que Albus passou pelo menos um minuto durante esse tempo olhando para o nada, mas com motivo — era excepcionalmente muito benéfico ter um amigo tão inteligente como Scorpius; suas horas na biblioteca, afinal, nunca passaram em vão.

O porão, no entanto, chegava a ser mais empoeirado que o resto da casa, ainda mais porque o lugar tinha prateleiras e milhares de frascos de ingredientes sobre elas. Scorpius estava pirando.

— Sangue de salamandra, vagens soporíferas, tentáculos de murtisco... — ele murmurou, passando os olhos por cada ingrediente que lia pelo rótulo de vidro. — Não acredito que estamos realmente roubando o estoque o Batilda Bagshot.

— Mas é por uma boa causa, vamos salvar o mundo, Scorpius. — Albus suspirou. — Não achei nada aqui...

— Pimentas malaguetas, folhas de urtigas seca. Caramba, tintura de Seminviso chega a ser raro até no estoque de Batilda.

— Bem... acho que não. Acabei de achar. — Albus pegou o frasco que continha a tintura de Seminviso. No começo achou que estava vazio, mas depois que o apanhou e percebeu um peso a mais, ele se lembrou que o conteúdo não era visível a olho nú. Então enfiou o frasco dentro do bolso da calça. — Vamos, Scorp, antes que ela volte e nos pegue aqui.

Eles fizeram menos ruído que o vento afora, que varria os chalés da vila. Foram movidos pelo desespero. Tinham de chegar a tempo, pelo menos antes do bebê Harry voltar à sua casa, levando o cobertor junto.

Scorpius fechou a porta da casa de Batilda sem fazer barulho enquanto Albus suspirava de alívio, vendo que a família Potter ainda não havia se abrigado. Albus sinalizou ao amigo, e os dois foram se aproximando da família.

Love, AlbusWhere stories live. Discover now