Capítulo 49

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— Capítulo 49 —


A impressão que deu foi que, depois daquela noite, a relação entre eles havia apenas se fortalecido ainda mais. Tanto que, quando adormeceram abraçados, ambos pensaram no quão sortudos eles eram. Bem como, quando acordaram naquela manhã de véspera de Natal, Albus e Scorpius sorriram um ao outro, não planejando ficar com vergonha do que haviam feito, uma vez que aquele ato de amor não precisava de timidez. Inclusive, por sorte, pareceu que Draco não havia tido nem idéia do ocorrido, visto que quando desceram para o café-da-manhã, ele não havia nem comentado nada com Scorpius sobre os dois quando Albus os deixou na mesa para mandar uma carta para Gina. Na verdade, quando Albus saiu, Draco apenas ficou cantarolando alguma música, sonolento, enquanto Scorpius segurava o próprio sorriso — não queria deixar tão claro sua tamanha euforia ao se lembrar de cada momento da noite anterior, no que ele teve de cruzar as pernas se quisesse esconder aquela coisa do seu pai.

E no Natal Scorpius teve certeza de que nunca havia visto seu pai tão feliz. Quando ele e Albus apareceram usando aqueles suéteres combinando, ele pediu para os dois posarem como se fossem modelos de capa do Profeta Diário.

— Pai...

— Vocês dois estão tão fofos. — ele disse, contendo os pulinhos. — Fiquem aí, eu já volto, vou pegar minha câmera fotográfica.

Pai!

E ele insistiu que eles comparecessem às dezenas de fotos que ele tirou. Scorpius se sentia como uma criança que havia acabado de fazer uma homenagem aos pais numa data especial, enquanto Albus rolava de rir toda vez que Scorpius bufava ao pai quando ouvia "Sorriam!".

Em suma, nada de muita importância havia acontecido depois disso, por mais que toda vez que Albus e Scorpius tiravam um tempo para relaxar — isto é, se trancarem em qualquer lugar da casa para ficarem aos beijos —, Draco sempre ficava atrás, muito provavelmente se perguntando a razão dos dois não fazerem isso em sua frente, embora o motivo fosse quase óbvio.

Fora isso, Scorpius parecia ansioso para voltar à escola, e Albus tinha certeza que agora era porque os dois tinham combinado em não esconder mais sobre o relacionamento deles. Mas para Albus, ele não conseguia enxergar animação. Por mais que tivesse aceitado, a agonia de alguma coisa dar errado insistia em falar em sua cabeça e lembrá-lo que Scorpius poderia sofrer com o preconceito.

Pela mais idiota das razões, os primeiros anos escolares de Scorpius foram um completo pesadelo. Aquelas pessoas idiotas insistiam em chamá-lo de filho de Voldemort, e toda essa ira diminuiu notavelmente depois daquele ato estupidamente perigoso sobre voltar no tempo para salvar Cedrico. Albus sempre se perguntava como Scorpius suportava aquela pressão, e como ele não chorava quando o pessoal apontava e ria dele, mas logo ficou claro que Scorpius sempre fingia um sorriso para esconder seus reais sentimentos.

E se ele se abalasse com a futura pressão e zombaria pela sua sexualidade, e Albus não ficasse sabendo porque ele sempre vai manter o sorriso? Merda. Estava quase convicto de que Scorpius contaria se algo acontecesse. Mas era exatamente isso: quase. Ele não tinha certeza. Ele tinha medo.

Mas Scorpius parecia tão animado, que Albus não sabia se ficava preocupado ou não. Afinal, quando Scorpius estava nos seus auges de contentamento, ele agia quase sem pensar. E as consequências sobre tudo talvez não preocupasse ele naquele momento de euforia para a volta às aulas.

Desde que o vira pela primeira vez, Albus havia sentido algo que nunca havia tido com ninguém antes. Às vezes se pegava imaginando o que teria acontecido se nunca tivesse entrado naquela cabine na sua primeira viagem a Hogwarts. Será que teria pedido para o Chapéu Seletor colocá-lo na Grifinória, e assim ele nunca teria sequer conhecido o amor da vida dele? Era por isso que agradecia e achava que era um tanto sortudo. Havia sofrido bullying na escola por ter sido o "aborto da Sonserina", mas se não fosse por isso, Albus e Scorpius talvez nunca teriam se conhecido.

Love, AlbusWhere stories live. Discover now