Capítulo 37

2.1K 190 1.2K
                                    






— Capítulo 37 —


Quando Scorpius acordou no dia seguinte, ele levou cinco minutos para se lembrar do motivo pelo qual demorou tanto para pegar no sono noite passada. Durante aquele tempo ele não se conformava com tamanho calor no seu quarto. Mas ao mesmo tempo que ele se lembrou de toda a discórdia mental de suas personalidades da noite passada, também lhe ocorreu dele compreender porque estava tão quente. Albus estava dormindo no seu quarto, com a cama dele colada na sua, e com seus braços abraçando Scorpius de costas inconscientemente.

O rapaz ofegou, agora sem nenhum indício de que estava com sono. Os braços calorosos de Albus seguravam frouxamente o tronco de Scorpius, e ele teve de contar até dez para não entrar em desespero. A respiração pesada dele vinha de encontro com sua nuca, e quando Scorpius notou que suas pernas estavam entrelaçadas, ele sentiu tudo ficar muito mais quente.

Teve uma lembrança da noite passada, de quando ele beijou Albus desajeitado, mas isso não impediu o rapaz de virar-se cara a cara com ele. Sabia que ele estava dormindo, não tinha porque temer que ele fizesse alguma coisa com relação à noite passada, seja lá o que fosse. Devia acordá-lo, ou apenas sair correndo e passar o dia inteiro sem ver a sua cara? Mas que besteira, não iria continuar longe de Albus só por causa da merda de um beijo, talvez Albus nem se lembrasse. Esperava que sim.

Pareceu por um segundo que os pensamentos de Scorpius estavam gritando dentro de sua cabeça, porque de repente Albus abriu os olhos. Era intrigante como Scorpius gostava tanto daquele tom de verde escuro. Foi só então que notou por quanto tempo eles ficaram se encarando, e isso fez Scorpius erguer-se depressa, sentando-se desajeitado na cama, as bochechas mais vermelhas do que a caixa box dos livros do Sherlock Holmes arrumados alinhadamente na prateleira mais perto.

— Bom dia, Scorpius. — aquela voz rouca mexia com a sua cabeça. Pelo jeito que sua voz soou ele havia achado divertida a forma histérica com que Scorpius agiu.

— Bom dia. — ele disse, sem ter certeza se podia confiar na própria voz. Albus se lembrava? Albus falaria alguma coisa a respeito do que havia acontecido noite passada? Merda de pensamentos e inseguranças, por que ele apenas não relaxava?

Scorpius olhou pela janela com os olhos semifechados, o sol forte denunciava o despertar mais tardio que o comum. Já estava na hora de levantar. Draco já deveria estar acordado, muito bem acordado a ponto de desconfiar tamanha a demora. Scorpius fechou os olhos com isso, querendo bater a cabeça na parede até ficar inconsciente. Conhecia seu pai e sabia muito bem o que ele pensaria sobre.

— Vamos nos atrasar para o café-da-manhã. — lembrou Scorpius apressado.

Draco parecia muito contente quando os meninos se encontraram com ele na cozinha naquela manhã. Ficou em silêncio quando eles chegaram, mas a maneira pelo qual ele encarou Scorpius no momento que ele sentou-se à cadeira, demonstrava tudo o que ele queria dizer. Provavelmente, o homem prestava atenção em qualquer movimento que eles davam, estudando as expressões que eles faziam e vendo se havia alguma coisa de incomum. Ora ou outra ele encarava Albus de uma maneira estranha, mas parou quando Scorpius exaltou-se silenciosamente e chutou a canela do pai por baixo da mesa sem que Albus notasse.

Quando eles terminaram, Draco aconselhou que eles fossem para a sala da televisão procurar alguma coisa para fazer.

— Acho uma boa idéia — Albus respondeu, encarando Scorpius e estranhando o motivo dele estar tão pálido mesmo tendo acabado de comer. —, o que acha?

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora