Capítulo 66

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— Capítulo 66 —


Naquela mesma hora, em um corredor cheio de pessoas, dois primos se encontraram. Um feliz, determinado, e orgulhoso, e o outro surpreso, curioso e interessado. Assim que Hugo avistou que o primo não estava tão longe, suspirou de alívio, e foi correndo em sua direção.

— Louis, Louis!

Louis se virou a ele imediatamente, surpreso com a forma pelo qual Hugo ofegava feliz, com alguma coisa segura nas mãos.

— Oi. O que aconteceu?

— Tenho uma boa notícia. — e estendeu o pergaminho enrolado pelo qual segurava na altura dos olhos do outro. Intrigado, Louis observou, mas mal pôde se mexer.

— Isso é...

— Demorou bastante para escrever e finalizar — explicou Hugo, orgulhoso consigo mesmo. —, mas eu finalmente consegui terminar de fazer o meu primeiro poema. Quero entregar para Emily ainda hoje. Será que ela vai gostar?

Aquilo não fazia sentido.

Hugo estava brincando com ele, não estava? De onde havia tirado aquilo? Emily tem recebido poemas há algumas semanas. Então que história era aquela?

— O seu primeiro... poema? — repetiu.

— É.

Hugo não parecia sequer confuso, e estava eufórico demais para notar que Louis parecia mais do que incrédulo. Na verdade, transparecia tanta confiança e razão na voz do mais novo que Louis começou a pensar que Hugo não havia se enganado.

— Pode ler para ver se está bom? — pediu Hugo, quase implorando. — Ainda não falei para Scorpius que acabei. Aliás, você viu ele por aí?

Foi apenas com a falta de resposta que Hugo notou que Louis não estava agindo de maneira normal.

— Louis? Você está bem? Por que está pálido? Louis...

Então... se aqueles não eram os poemas de Hugo, então quem havia escrito?



Apesar da ideia de não ser amado por ninguém o assustasse, o que mais deixava Albus com medo é que Scorpius um dia se fosse, e nunca mais voltasse. É claro que nunca havia pensado que passaria por uma situação como aquela, já que Albus havia prometido que cuidaria de Scorpius até que eles passassem a vida inteira juntos. Mas, naquele momento, Albus estava em choque, sem conseguir mover sequer um músculo. Completamente quebrado.

Como Scorpius havia se perdido há minutos, o desespero mandou Albus ir atrás dele. E quando Albus finalmente chegou à sala de História da Magia, ele encontrou o que mais o deixava aterrorizado. Em outras palavras, o que todos seus pesadelos têm mostrado e alertado a ele desde o começo.

Albus sentia que estava dentro de um avião sem controle.

Scorpius estava esparramado no chão, os braços e pernas abertos de uma forma que deu a entender que ele havia caído. Podiam apenas serem ouvidos os batimentos cardíacos de Albus. Scorpius estava imóvel, inconsciente, os olhos fechados como se estivesse dormindo.

— Scorpius... Scorpius...

Não pôde se controlar. Albus caiu de joelhos no chão, onde Scorpius, com a cabeça caída aos seus pés, estava. Pelo amor de Deus, ele estava vivo?

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora