Capítulo 29

1.8K 198 748
                                    





— Capítulo 29 —


— Pode me ajudar a colocar a gravata?

As palavras de Scorpius soavam mais como uma súplica do que como um pedido crucial, mas isso não influenciou nos movimentos de Albus, cuja cabeça virou-se para o amigo. Scorpius segurava firme sua gravata verde-musgo e prata, os olhos azuis claros brilhando quando Albus disse: — Tudo bem.

Albus se levantou e caminhou até Scorpius. O garoto apanhou a gravata, inquieto com o silêncio e a tensão, e colocou-a envolta do pescoço do melhor amigo. Não tinha percebido que tinha começado a suar, e nem que seu coração chegava a bater depressa.

Percebeu o peso do olhar de Scorpius sobre seu rosto, entrando numa espécie de pânico quando percebeu por quanto tempo o amigo o encarava, observando cada parte do seu rosto. Albus tentou prestar a sua atenção somente na gravata pelo qual fazia lentamente o nó, mas conforme os olhos de Scorpius desciam pelo seu corpo, Albus estremeceu. Estavam sozinhos naquela cabine.

— Tente não deixar o nó tão apertado, para depois quando você foi tirá-la não ficar tão complicado assim. — aconselhou Scorpius com a voz baixa. Albus congelou.

— Quando eu for tirar?

— Sim. Você não gosta quando uso roupas. É melhor quando estou sem elas.

Enquanto terminava o nó não apertado na gravata de Scorpius, Albus piscou lentamente algumas vezes. Estava rígido como uma pedra, não conseguia se mexer, não com Scorpius dizendo aquelas coisas bem baixinho em seu ouvido.

Olhou para ele, ainda apertando a gravata do garoto entre as mãos, e sentiu as pernas falharem quando Scorpius sorriu inocentemente e indagou:

— Você está nervoso... Você... — ainda olhando intensamente para os olhos verdes de Albus, a mão de Scorpius voou até a região entre as pernas do amigo, apertando a calça dele com vontade. — está com tesão.

Albus não poderia deixar a situação daquele jeito. Vulnerável. Estava completamente rendido a Scorpius, e queria deixá-lo vulnerável para si também. Foi por isso que sua mão também foi de encontro à virilha dele. Percebeu, então, que não era o único a estar com uma ereção considerável por baixo da calça.

Os olhares se encontraram, as mãos ainda sobre as intimidades alheias, apertando-as, e a distância entre eles ficando nula, ainda mais quando Albus percebeu que não tinha mais controle, o que resultou nos dois indo de encontro com a porta fechada da cabine, as testas coladas, as respirações profundas e os olhos agora encarando as bocas.

— Albus. — foi o que Scorpius gemeu, se aproximando lentamente até ele.

— Sim?

A distância entre os lábios deles eram quase equivalente à de nenhuma. Scorpius parou de se aproximar agora dizendo bem baixo: 

— Albus, acorda.

O quê?

Ele abriu os olhos, embora fosse difícil. Havia muita luz em metade de seu rosto pois sua cabeça estava parcialmente enterrada em seu travesseiro, mas de qualquer forma ele se contorcia deitado e mordia o lençol da cama involuntariamente.

— Albus. — ouviu. Scorpius estava o chamando. Estava querendo acordá-lo, mas Albus estava tão imerso em seu sonho, que a única coisa que ele conseguia fazer era ofegar contra o travesseiro.

Love, AlbusOnde histórias criam vida. Descubra agora