Capítulo 28

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— Capítulo 28 —


Quando soou o primeiro apito, Albus ainda não havia encontrado o melhor amigo na plataforma. Lily, depois de beijar a bochecha de ambos os pais, correu para dentro do trem, com vários alunos. Scorpius já devia ter entrado. Albus não abraçou os pais porque, distraído, ele subiu ao trem, arrastando seu grande malão e caminhando pelo corredor do Expresso. Era um tumulto, com gente correndo por toda a parte e acenando para a família através das vidraças.

O trem começou a andar, e então contornou uma curva, o que fez todas as pessoas na plataforma sumirem. Albus continuou a andar; onde estava Scorpius?

Albus!

O garoto se virou de chofre para o melhor amigo com o chamado de Scorpius, então os olhares deles se encontraram, sorrisos mútuos se formando em seus lábios.

— Senti sua falta. — Albus disse.

— Mesmo com a gente conversando todos os dias. Estava fora dos planos. Minha coruja quase arrancou meu dedo de tanto que me bicou. — Scorpius mostrou a mão para Albus, cujos olhos se arregalaram para o curativo na mão do amigo, que não deixava de sorrir. — Por um bom motivo, afinal. Meu pai achou engraçado. Mas minha mão ainda dói.

— E meu pai nem ficou sabendo. Fiquei praticamente as férias inteiras dentro do meu quarto escrevendo para você, e só descia para ir comer. Meu pai não parava de dizer que toda a minha preguiça tinha tudo a ver com eu ficar isolado dentro da minha própria casa. Sinceramente, é cada coisa que ele inventa.

O trem chacoalhou. Albus segurou-se em seu malão para não cair. Percebeu que tinha de achar logo uma cabine para eles dois.

— Então, vamos arranjar uma cabine? — convidou Albus, mas pelo olhar que Scorpius o deu, ele percebeu que tinha alguma coisa a mais.

— Eu... bem... eu tenho de ir para o carro dos monitores. — disse Scorpius sem jeito. Albus também ficou; tinha se esquecido. — Mas, olha — Scorpius ergueu a voz, não gostava de climas embaraçosos. —, eu encontro uma cabine para a gente, me arrumo lá, e depois eu vou para a dos monitores. Acho que não vou ficar lá a viagem inteira. Vou receber só algumas instruções e depois patrulhar os corredores de tempo em tempo.

— Ok. — disse Albus desanimado. — Vamos achar uma cabine, então.

Mas quando Albus começou a arrastar o malão pelo corredor, com Scorpius atrás, ele teve uma sensação estranha, e descobriu que aquilo se dava pelo fato de que ele nunca havia viajado à Hogwarts sem Scorpius.

Eles avançaram pelo corredor, procurando por cabines vazias, mas se desanimando ao descobrir que elas estavam cheias. Foi só depois de passarem por dezenas de cabines que eles encontraram uma vazia ao fundo, onde Albus e Scorpius descansaram seus malões no chão.

Scorpius fechou a porta e a pequena cortina que cobria a vidraça ao corredor quando Albus se sentou, vendo o amigo se virar a ele, sorrindo nervoso.

— Bem, os monitores têm de ir à cabine deles já com o uniforme da escola. — afirmou Scorpius, inquieto. — Você não se importa... se eu me trocar aqui, não é?

— Claro que não.

Talvez sua resposta soasse mais como uma necessidade do que como uma permissão, mas Scorpius não havia parado para prestar muita a sua atenção na forma como as palavras saíram da boca do amigo. Ele apenas suspirou, se agachou até seu malão e tirou seu uniforme da Sonserina dali. Albus observava cada movimento minuciosamente.

Love, AlbusWhere stories live. Discover now