Capítulo 32

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— Capítulo 32 —


— Foda-se seu pai. Eu quero ficar com você para sempre, Albus.

O garoto levantou a cabeça. Não chorava mais. Scorpius estava com ele, sorrindo, e nem se importava com as punições de seu pai. Albus pensou que deveria fazer o mesmo. Os pais nem sempre estão certos.

— Eu te amo. — Scorpius sussurrou, sua voz ecoando milhares de vezes na cabeça de Albus. — Você me ama?

Balançou a cabeça num gesto afirmativo, bem devagar. Eles flutuavam, ninguém existia. Eram apenas Albus e Scorpius. Apaixonados e felizes.

— Me beija, Scorpius.

O melhor amigo se aproximou lentamente. Albus esperava acontecer, mas Scorpius não o beijou, porque fechou os olhos, aparentemente prestando a atenção em algum ruído. Albus parou. Ouvia também. Um barulho alto. Alguém pulava perto.

— Albus, já faz dez minutos que estou tentando te acordar. — não era a voz de Scorpius. Definitivamente não era.

Albus apertou os olhos e gemeu contra a cama. Odiava aqueles sonhos. Odiava ter que acordar naqueles momentos que mais ansiava. Deveriam ter acordado-o mais tarde porque queria saber como era a sensação de ter os lábios de Scorpius contra os seus, mesmo que aquilo não se passasse de um sonho. Já que não tinha mais Scorpius na vida real, que ele pelo menos conseguisse ficar com o garoto no mundo fantasioso.

— Vá embora, Lily.

— Não. — Lily insistiu, agora com a voz mais calma. Albus sentiu a cama afundar, no que ele compreendeu que a irmã havia se sentado sobre ela. Então sentiu uma mão delicada acariciando-lhe as costas, mas ele continuou imóvel, apertando a cabeça contra o travesseiro. — Você passou o dia inteiro ontem trancado no quarto, provavelmente você foi acordar só por volta do meio-dia. Não vi você descer para comer nenhuma hora.

— Minha intenção. — o garoto murmurou contra a cama. A voz saiu abafada, mas Lily compreendeu tudo. — Se eu parar de comer, talvez eu morra mais rápido.

— Ah, cala essa boca. Você tem que comer.

— Na madrugada eu fui à cozinha, Lily, não se preocupe comigo.

Ouviu um ruído de respiração e deduziu que Lily havia suspirado em compaixão. A garota continuou acariciando-lhe as costas por alguns segundos. Então ela relaxou sua mão finalmente, encarando o irmão, cuja preguiça continuava a mesma.

— Vamos ir À Toca hoje, Albus. — ela comentou, sua voz soando muito contente. — Vai, você precisa se animar um pouco. Vamos ver toda a família. Matar as saudades. Isso não é divertido?

— Muito divertido, Lily, seria um prazer encarar o rosto de cada pessoa da nossa família.

Um sorriso se formou nos lábios de Lily. Ela sabia que era mentira, conhecia o irmão suficientemente bem para reconhecer que ele trabalhava com a ironia diariamente. Usou isso ao seu favor, no entanto, por isso que disse:

— Que bom que sabe. Agora, vamos tomar o café-da-manhã.

Albus levantou-se sem animação. Foi apenas ter erguido a cabeça do travesseiro que sentiu uma dor absurda no centro da cabeça, seguindo para sua testa. Lembrou-se do motivo imediatamente: havia passado o dia anterior inteiro chorando, ainda mais quando viu a coruja de Scorpius pousar na sua janela, com uma carta no bico, ao mesmo tempo que Harry abria rapidamente a porta de seu quarto, com o objetivo de cessar com qualquer meio de comunicação entre ele e o melhor amigo. Albus não sabia o que tinha acontecido à coruja depois de que ele a tirou do seu quarto.

Love, AlbusWhere stories live. Discover now