Capítulo 51

1.2K 123 1K
                                    

ATENÇÃO: ESTE E O PRÓXIMO CAPÍTULO PODEM CONTER CENAS DE GATILHO!!!


— Capítulo 51 —

Havia apenas Albus Potter naquele corredor frio. Estava perdido no mundo e não achava que tinha motivos para continuar. Seu motivo, afinal, havia o deixado ali sozinho. As lágrimas lutavam para cair, e Albus não conseguia sequer respirar. Não conseguia nem ao menos localizar Scorpius. O rapaz já deveria estar longe, muito longe dele.

Ninguém queria Albus. Ninguém. E o único que o amava, o deixou. Scorpius não queria ele, e não tinha mais sentido continuar sóbrio, com aquela merda de pensamentos o lembrando a cada santo segundo que estava sozinho. Albus iria acabar com isso. Sabia como fazê-lo.

Passos rápidos e frios ecoavam pelo chão. Albus Potter andava apressado. Não olhava para a frente e pouco se importava se ele poderia cair e se ferir gravemente — já estava quebrado demais para sentir dor. O som das conversas e gritos dos torcedores ainda não havia acabado. Albus foi seguindo. Sabia que lá havia o que ele precisava. Todo lugar com adolescentes irresponsáveis, que conseguem quebrar as regras e fazer o que eles quiserem, havia sua única saída.

Albus atravessou o buraco na parede que leva à comunal da Sonserina. Os torcedores, malucos de alegria, cantavam em uníssono alguma música cuja letra havia sido drasticamente modificada para elogiar os jogadores. Estavam todos tão felizes, e aquilo poderia ser injusto se não fosse ridículo. Albus suspirou dolorosamente, cobrindo o rosto e secando fortemente os olhos, deixando-os mais vermelhos do que já estavam. Balançou a cabeça. Onde estava... onde estava...

Por que está tão tenso?

Aquela voz. Era familiar. Muito familiar. E ele não gostou quando ergueu a cabeça e viu Jody Vanity em sua frente, o rastro do sorriso da vitória ainda em seu rosto. Parecia preocupado com o jeito estranho que Albus estava agindo: estava sozinho, curvado para baixo, e aparentemente chorando copiosamente. Albus ergueu a cabeça, com a expressão mais séria que conseguiu fingir naquele momento.

— Por que isso te preocupa? — alfinetou. Não se importava se estava sendo rude. Nada mais importava. O mundo não fazia mais sentido.

Jody hesitou, surpreso. Olhou para a figura destruída de Albus, e falou:

— Uou, não precisa ficar todo agressivo. Você precisa relaxar, a nossa Casa acabou de ganhar um jogo! Isso não é bom?

— O que você quer? — sua voz saiu mais grave do que estava esperando. E também havia escapado fria e cheia de dor. Claramente, Jody não estava esperando por isso. Ao invés de ficar cada vez mais preocupado, portanto, ele abriu um sorriso. Já tinha uma idéia.

— O que eu quero? — Jody repetiu, soando quase divertido. Ele riu baixo, o que fez Albus estremecer de raiva. — Bem, acho que a pergunta certa é "O que você precisa?" E eu acho que seja lá o que te deixou assim, é melhor dá uma relaxada.

Então, o que Albus mais estava esperando foi estendido a ele. Era um copo com um líquido amarelo alaranjado, que por um acaso cheirava muito bem, melhor do que estava esperando. Esse era o cheiro da liberdade. Esse era o cheiro da felicidade. Albus aceitou imediatamente, puxando o copo de um jeito insensível da mão de Jody, e cheirando-o profundamente. Estava mesmo desesperado.

— O que é isso?

— Whisky de Malte Puro. A gente pegou dos elfos da cozinha um pouco antes da partida começar. Se a gente perdesse, iriamos chorar e encher a cara de tanto beber, e se a gente ganhasse, o que é o caso, a gente comemoraria, também enchendo a cara de tanto beber. Bem, para o seu caso, acho que é bom relaxar um pouco.

Love, AlbusOù les histoires vivent. Découvrez maintenant