Capítulo 53

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— Capítulo 53 —

Durante aquela manhã entediante na enfermaria, Albus não acordou. Passou horas em um sono pesado e com um motivo óbvio. Seu corpo se recuperava dos estragos da noite passada, e ele poderia ficar deitado, dormindo, pelo menos até conseguir se recuperar, e Madame Pomfrey não tinha uma estimativa da hora que ele provavelmente despertaria. Por isso, Scorpius passou boas horas deitado naquela cama, com aquela roupa estranha da enfermaria, procurando algo de útil para fazer enquanto Madame Pomfrey não se certificava que ele estava realmente bem de saúde. A saúde física, pelo menos.

Ele sempre se lembrava da noite passada, o que deixava sua ansiedade no máximo. Não queria pensar muito. Se o fizesse, poderia ficar pior do que já estava, e queria manter seu estado mental em um neutro, não o deixar cada vez pior.

Felizmente, Madame Pomfrey o liberou mais cedo do que prevera. Havia a ouvido murmurar que Albus ainda estava adormecido e que talvez Rose, Lily, Louis e Hugo tivessem que esperar caso quisessem conversar com ele. Mas, com Scorpius, ela percebeu que já estava mais do que na hora de dispensá-lo, e até havia dado o almoço, já que estava quase na hora dos estudantes irem ao Salão Principal comerem. E assim ela fez.

Scorpius colocou seu uniforme e saiu finalmente da ala hospitalar. Deu um suspiro antes de abrir a porta para sair, porque não sabia quantas pessoas estavam do lado de fora, e o que ele menos queria eram pessoas por perto, o olhando, cochichando...

Porém, as únicas pessoas que ele encontrou no corredor que dá à ala hospitalar foram Rose, Lily, Louis e Hugo, que estavam sentados no chão. A cabeça de Hugo estava no colo de Rose, que se apoiava em Lily enquanto dormia pesadamente. Louis, no entanto, apoiava-se na parede, com a cabeça de Lily relaxada sobre seu peito. Os quatro estavam completa e imersamente mergulhados num sono profundo.

Rose parecia a mais cansada de todas. Haviam grandes olheiras sobre seus olhos e aparentemente havia passado a noite acordada. Imaginou tudo o que ela havia feito a ele na noite passada, e mesmo confuso em como ela havia conseguido trazer ele e Albus à ala hospitalar — sem contar com o fato de que ela entrou na comunal da Sonserina sendo uma grifinória —, Scorpius se sentiu agradecido. Como é que estaria se tivesse acordado no chão daquele banheiro frio?

A porta da ala hospitalar rangeu um pouco quando Scorpius a abriu para que pudesse passar, e aquilo foi o suficiente para os quatro acordarem imediatamente. Louis e Hugo pareciam um tanto atordoados, coçando os olhos lentamente. Enquanto isso, Rose piscava lenta e preocupadamente para a figura de Scorpius. Já Lily havia levantado num salto e corrido até ele, o envolvendo num abraço imprevisível e repleto de sentimentos. Ela enfiou o rosto no peito dele, apertando-o tão forte que sua tremedeira foi imperceptível. Ele a abraçou de volta. Não eram necessárias as palavras; o silêncio já estava confortável.

— Precisamos conversar. — ouviu a voz de Rose, mas Lily continuou abraçada a Scorpius. — Estou preocupada com você, Scorpius, todos nós estamos. E com Albus...

Os olhos de Scorpius se encheram de água.

— Albus ainda não acordou, não é? — perguntou a voz chorosa e abafada de Lily, que se espremia contra ele.

— Ele só precisa dormir mais até se recuperar.

— A gente precisa saber o que está acontecendo na cabeça de vocês dois. — comentou Louis, se erguendo do chão com Hugo, que coçava os olhos. — Ainda não temos Albus, então se você pudesse nos dizer o que aconteceu com você, poderia...

— É complicado. — insistiu Scorpius.

Lily soltou o abraço, agora olhando para Scorpius com os olhos brilhantes.

Love, AlbusWhere stories live. Discover now