Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]

33. Swim Good

⭐🎄Feliz Natal atrasado e Feliz Ano Novo🎄⭐

Não sei porque estou suada.

Está frio, mas parece que estou no forno, rodando durante trinta segundos enquanto a temperatura só aumenta. E pensar que um dia atrás qualquer vento frio estava me derrubando – graças a sopa da Tessa, isso não acontece mais.

Minha cama está cheia de roupas, formando uma montanha que só de olhar fico com uma imensa preguiça de saber que uma hora terei que arrumar se eu quiser dormir. Eu não sei porque estou tão ansiosa assim, eu só irei na casa de Rowan Mitchell treinar uma coreografia de dança.

Uma coreografia de dança com tato demais.

É só Rowan passando os dedos nas minhas coxas, tão próximo como nunca pensei que ficaria outra vez.

– Eu tenho a solução perfeita – digo estalando os dedos.

Enfio minhas pernas em um moletom branco de tecido de algodão bem grosso da mesma cor que o tênis, moletom rosa para me poupar do frio. Vestida da cabeça aos pés, se Rowan e eu vamos fazer isso, que ele encontre uma camada grossa o impedindo de fazer minha pele reagir ao contato.

Quando fico pronta peço o carro pelo aplicativo, colocando o endereço que Rowan me passou horas atrás. Para o meu azar, o carro chega em menos de cinco minutos.

Hesito, até lembrar que quanto mais cedo eu fosse, mais cedo eu voltaria.

Eu nem sei o que pensar direito disso. Não é a primeira vez que vou na casa de um garoto. Já fui à casa de Charlie uma vez, mas não lembro de pensar estar um passo de dar um infarto igual agora.

Ocupo minha atenção na janela do carro, quando vejo as casas passando, o motorista dá meia e minha preocupação muda e aumenta consideravelmente. O carro está indo para outra direção, completamente contrária.

Sempre que fico em casa, Rowan segue pela rua, o carro está indo pela direção contrária. Ele está fazendo o mesmo caminho que faço pelo Jets Studio.

Fico sem entender, então apenas presto atenção no caminho.

Passamos pelo Jets Studio e estamos indo para a direção oposta da minha casa e eu lembro que Rowan tinha dito que sua casa é perto da minha no nosso primeiro ensaio.

Ele está me levando para outro lugar e o medo me consome, preciso mandar minha localização para alguém, preciso chamar alguém. Será que ele vai me sequestrar? Desbloqueio a tela do celular e de repente aparece o mapa do caminho que o carro está traçando.

Ele não está saindo da linha colorida, pelo contrário, está seguindo o trajeto que o GPS está instruindo. Sai correndo de casa que nem tive tempo para olhar o trajeto, mas pelo que vejo, estamos o seguindo.

Pergunto para o senhor de idade que está pilotando se ele conhece a rua, ele diz que sim. Ele até estranha a minha pergunta, talvez porque não entende porque estou confusa.

Rowan foi bem claro no primeiro ensaio que estava me seguindo aquele dia porque a casa dele ficava próxima da dele e... De repente, vejo o carro parar em um prédio de quatro andares. A casa está localizada no centro – direção completamente oposta à minha casa que fica nas margens da cidade – e pelo caminho que traçamos, a casa de Rowan fica há quatro quadras do Jets Studio.

Daria para ele ir a pé para lá todos os dias se quisesse.

– Está tudo bem? – o senhor do carro inclina o banco para trás quando me vê paralisada em frente à casa. – Pegou o endereço errado?