31.1. Shake It

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Se eu vou ser odiada ou amada depois do capítulo, isso eu realmente não sei.

Ella S. V.

Depois de horas enfrentando o espelho fazendo uma maquiagem leve – com pouco glitter rosa nos olhos para não chamar atenção – e ficar horas ajeitando os cachos, chego no momento mais decisivo: a roupa.

Tessa mandou várias opções de biquíni para que Becca e eu ajudássemos a escolher e eu faria o mesmo. Separei as únicas três peças de roupa de banho que tenho, comprei numa loja pluz size famosa na esperança de parecer tão felizes quanto as modelos da foto. Esse tipo de peça, para piscina, praia, são as que eu tenho menos no meu guarda roupa por ter plena consciência que não tenho coragem de me vestir assim, principalmente no meio de tanta gente.

Comprei por um único motivo: a esperança de que algum dia eu tenha auto estima suficiente para usar.

Hoje seria uma boa tentativa para tentar algo assim, como um exercício.

Visto primeiro o maiô branco.

É a primeira vez que não me odeio ao olhar no espelho. Apesar da insegurança ainda me assombrar, acho que gosto da peça, não me incomodo com as coxas grossas, nem com as curvas largas que meu corpo faz. Quando solto os cabelos e jogo para o lado, me animo em continuar com as trocas.

Tiro algumas fotos, frente e atrás, depois vou para o próximo. Esse é um pouco mais... Aberto. A parte de cima de alças finas se fecha com um laço na frente, é branco com flores azuis e rosas. Meus seios ficam esmagados por conta do modelo, mas gosto do jeito que fica e a parte debaixo é toda azul e o cós termina na cintura.

As dobras da minha pele estão ali, na cintura, abaixo do braço, mas no meu quarto, sozinha, elas não me incomodam e acho que já é um começo.

O outro é um top de listras roxas e brancas, a parte debaixo termina abaixo do umbigo, da mesma estampa do de cima. É a única foto que saio mais sorridente que as outras, gosto dele também e acabo em um grande dilema do que usar.

Tiro fotos com todos e mando no grupo. Fico receosa em qual ir, mas quando me lembro que terá uma porção de gente no colégio nessa festa, que vejo todos os dias... Desisto de ir. Ou pelo menos quase. Coloco um cropped pela primeira vez e um short branco solto de listras finas verticais douradas.

O cropped é lilás, de alcinhas finas e com um babado na frente que o faz parecer mais solto. Sou insegura com meus braços, mas gosto tanto do modelo que resolvo apostar nele e... Eu preciso fazer isso. Por mim mesma.

Meu celular vibra enquanto visto o sapato. Uma nova notificação, mas fico surpresa com o remetente e sua mensagem.

Tia Rose: Agora eu falo qual é o meu preferido ou mando foto minha de sunga pra fazer parte da troca de semi-nude?

Eu fico mais pálida que o próprio maiô da foto.

Isso não pode estar acontecendo. Não pode.

Rolo a conversa para trás e começo a dar gritinhos de agonia, lamentando e choramingando ao ver que mandei as mensagens por engano... Para Rowan!

Isso não pode ser real. Não pode.

Pulo em cima da cama e grito contra o travesseiro. Minha sessão de desabafo termina quando o celular vibra ao meu lado.

Tia Rose: Eu tenho uma sunguinha preta que é uma gracinha.

Eu nem consigo digitar, acabo ligando para ele mesmo morrendo de vergonha.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now