16. What is Love?

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O celular grita perto do meu ouvido, me obrigando a acordar. Meus olhos estão pesados e por esse motivo, os mantenho fechados, tateio o aparelho em cima da mesinha ao lado e quando eu o pego, abro um olho para ver o horário.

Seis da manhã.

E o nome da Becca preenchendo a tela.

Coloco o celular na orelha, me misturando com as cobertas, deixando apenas o rosto de fora, pronta para voltar a dormir assim que a ligação terminasse.

– Becca? – falo meio mal humorada – Aconteceu alguma coisa?

– Claro que sim – responde de um jeito que consigo perfeitamente imagina-la sorrindo – está na hora do treino dos Cold Demons, avisei para todos ontem à noite no grupo.

– Eu pensei que você estava brincando – continuo bocejando – eu vou desligar o celular para voltar a dormir e...

– Eu não estava brincando e estamos na porta da sua casa.

O sono vai embora. Corro até a minha janela após jogar a colcha no chão e ao abrir as cortinas, me deparo com o pior: Becca usando roupas de academia – toda de preto – e ao seu redor, vejo os integrantes do grupo, a maioria com cara de quem não queria estar na porta da minha casa.

– Becca... – começo a dizer o seu nome, pronta para arranjar desculpa para não ir, mesmo sabendo que é algo impossível – Isso é desumano.

– Eu sei, mas, foi o único horário disponível, já que a tarde e à noite, houve um choque de horários e não daria para todo mundo reunir – ela acena com a mão para mim assim que me vê parada na janela – você tem dez minutos para se arrumar, caso contrário, o pessoal aqui vai ficar extremamente bravo com você pela demora.

Antes que eu negasse, ela desliga.

Sou obrigada a sair da minha cama antes do previsto, porque tudo o que eu não preciso é meu pai descobrindo que há um grupo de adolescentes na porta de casa por conta de uma competição que na verdade é uma punição por mal comportamento no colégio.

Visto as roupas correndo, caindo no chão quando enfio as pernas na calça preta e me perdendo entre os cachos loiros quando visto o moletom. Não tenho tempo para ficar raciocinando muito, levo apenas o meu celular e saio do quarto.

Estou tentando enfiar os pés no tênis quando ouço um barulho de porta se fechando no fim do corredor.

– Lola? – a voz do meu pai faz meu corpo inteiro enrijecer, me viro e o encontro em seu roupão vinho e um livro debaixo do braço – Já está acordada?

– Claro – dou uma risada constrangida – você e Margaret já voltaram de viagem? Não vi vocês chegarem.

– Chegamos faz uma hora, mas não consegui pegar no sono – ele explica passando os dedos pelas mechas grisalhas caindo ao redor do rosto, aproveito a distração para reparar no corredor, completamente arrumado, mal parecia que tinha acontecido uma festa aqui – e está saindo cedo para caminhar?

– Estou levando a sério os treinos! – aponto para o tênis.

– Estou vendo... Aprecio o seu desempenho e venho pensando em tira-la do castigo – ele fala calmamente e coloca os óculos no rosto – sobre cortar a sua mesada e o horário para chegar em casa.

Eu exibo um sorriso confiante

– Obrigada, pai – aceno rapidamente – posso sair nos finais de semana também?

Ele fica assustado com a minha pergunta.

– Você nunca foi de sair nos finais de semana, mas não vejo problema – ele diz distraído com os óculos eu aceno positivamente – além do mais, Mary irá às compras no supermercado hoje, tem algo que você queira em especial? Por conta da dieta que vem fazendo junto com a academia.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora