44. Killing me

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T E S S A

Quando meu nome foi dito nos alto-falantes espalhados pelos corredores do colégio, eu comecei a pensar qual teria sido o motivo. Pensei que poderia ser por causa da última prova que fiz e entreguei completamente em branco. Ou pelos meus atrasos. Pelo fato de estar dormindo nas aulas e ter transformado minha vida escolar em um mero nada.

Porém, minhas teorias foram por água abaixo quando vi que mais nomes foram chamados.

Para ser mais específica, de todos os Cold Demons.

Becca e eu nos entreolhamos, estávamos em frente ao seu armário falando de provas e ao invés de irmos para o refeitório, demos meia volto, em direção ao auditório, como a voz do alto-falante tinha determinado.

Fomos em silêncio até lá. Becca parecia estar tão tensa quanto eu, não parava de morder a unha do dedão, descascando ainda mais o esmalte preto que tinha passado dias atrás.

Quando chegamos lá, já dava pra saber o motivo da reunião: as líderes de torcidas. Todas estavam reunidas, sentadas nos assentos do auditório, provavelmente esperando pela nossa chegada. Parte do grupo do Cold Demons também já estava lá, nos cumprimentando com um aceno rápido.

Daniel, Sara e Alex foram os últimos do nosso grupo a chegarem, ocupando os bancos ao nosso lado.

Era até engraçado de ver: de uma extremidade as líderes de torcida e do outro, os Cold Demons.

Isso só me faz lembrar de como tem sido os dias desde aquele maldito áudio surgiu. Jogadores de futebol e algumas das líderes de torcida, de repente, notaram nossa presença e resolveram nos fazer de piadas.

Foi revelado que Megan foi a responsável por vazar o áudio, ela se desculpou com nosso grupo – só pediu desculpas, porque ninguém realmente quis perdoar depois de tudo que aconteceu – até tentou nos defender das más línguas do colégio, mas era praticamente uma contra vários e vários alunos.

Tenho visto ela com frequência, Megan Pratt. Temos aula de literatura juntas, ela senta perto de mim, faz trabalho e pergunta se quero colocar meu nome – e eu aceito, porque não sou idiota – e todas as vezes, quase sempre, pede desculpas pelo que aconteceu com Lola, sendo que acidente se chama acidente por esse mesmo motivo.

Eu sempre falo isso a ela, então ela se resume a pedir desculpas toda vez que um do nosso grupo reclama dos corredores, dos olhares e cochichos chamando a gente de fracassado. Nós, do Cold Demons, talvez, até conseguiríamos reverter a situação já que Megan estava disposta a assumir a responsabilidade também. Porém, não havia ânimo algum em fazer isso.

Até estranhei o fato de Becca se manter calada. Achei que ela iria propor revelar sobre Rowan, mas ela não mencionou a mim - que também sabia - sobre o assunto. E eu, sinceramente, também não quis tomar essa decisão.

Automaticamente, assumimos a culpa, mas devido os últimos dias, parece ser um problema pequeno comparado a realidade. 

Duas pessoas entram no auditório de repente e fecham as portas para manter a reunião apenas entre nós, privada. Uma nova figura estava inserida nesse meio – além de Donna – que já me fez entender logo de cara o que era tudo aquilo.

Rowan estava ali, ao lado de Donna.

– Bem, vamos direto ao ponto porque eu tenho muito o que fazer hoje e vocês também – Donna disse com a voz baixa e os olhos um pouco se o brilho raivoso que ela sempre mantém. – Todos vocês do grupo Cold Demons, entendo que estejam passando por um momento difícil pelo que aconteceu com uma integrante de vocês, a Lola Fontaine, e creio que gostariam de receber a notícia ao lado dela.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now