14. Shine

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Quando termino de lavar as mãos, tiro o álcool e gel da mochila e aplico na palma, passando rapidamente já que tenho muito o que fazer durante o almoço. Pego meu celular apressada, mas tudo vai por água abaixo quando saio do banheiro e levo um baita de um susto ao encontrar Diane na porta.

O meu celular salta da minha mão, mas consigo pega-lo antes que espatifasse no chão.

– Diane? – engulo em seco – Está esperando alguém?

– Você – ela desencosta da parede, conseguindo me fazer ficar intimidada, hoje ela está esplêndida, usando uma calça xadrez e uma blusa de mangas curtas colada ao corpo, o cabelo curto, por sua vez, está arrumado em um coque bem elaborado – hoje, ás seis horas vou fazer uma festa em casa.

Abro um grande sorriso.

– Está me convidando? – digo comovida – Comme c'est gentil.

Diane dá um sorriso e ajeita os dois fios que caem ao redor do seu rosto, o ato arranca suspiros de alguns garotos que passam por perto e aquilo me incomoda. Mais uma vez, queria ser como Diane, ter o cabelo bagunçado, fazendo-a parecer mais sensual do que desarrumada... Como eu, que estou com os cachos desajeitados e arrepiados ao redor do rosto.

– Não – dispara e minha animação é destruída no mesmo segundo – estou avisando para você e o Oliver ficarem no quarto de vocês, para não atrapalharem.

– Ah... – espremo os lábios, meio decepcionada com o pedido – Mas, vai fazer uma festa na nossa casa? Não sei se papa irá aprovar algo assim e...

– Você não recebeu a mensagem dele?

Eu franzo o cenho e finalmente ligo o celular. Depois de ter mandado o vídeo de filmagem do ensaio do dia anterior para Rowan, eu tinha desligado o aparelho para tentar prestar atenção nas aulas, já que teria prova essa semana e queria tentar fingir para mim mesma que sou uma boa estudante para compensar a falta de comprometimento com os meus estudos.

Assim que desbloqueio a tela, vejo que há algumas mensagens do meu pai, algo raro de acontecer.

– Tem mesmo – mostro a ela, que revira os olhos.

– Resumindo a mensagem, parece que um tio da Margaret que mora em Los Angeles faleceu e ela está indo para o velório às pressas, meu pai está acompanhando porque parece que eles eram próximos, algo assim... Irão voltar amanhã de manhã.

– Que triste – comento vendo a mensagem do meu pai, formal, apesar dele colocar uma carinha feliz dando uma piscadela, o que torna tudo mais exótico – ela deve estar se sentindo mal, mando uma mensagem de pêsames para ela? Ou espero voltarem para dar pessoalmente?

– Não sei, Lola – Diane dá nos ombros – e sinceramente, também não ligo.

Diane ás vezes é bem fria se tratando de outras pessoas, fico impressionada com a sua habilidade. Se bem, que não é algo ruim, dependendo da situação, pelo menos, ela não se frustra com as pessoas quando decepcionada por alguma fala ou ação.

– E você... – raciocino tudo após guardar o celular – Vai fazer uma festa na ausência deles?

– Exatamente – seus lábios rosados voltar a exibir o sorriso – para os meus amigos, vou dispensar Marie mais cedo hoje e... Disseram para eu buscar o Oliver, mas infelizmente vou precisar comprar as bebidas com as garotas, se importa em fazer isso?

– Acho que tudo bem – dou nos ombros, não seria tão ruim assim ir buscar Oliver no colégio.

– E outra coisa... Nem ouse, nem você, nem aquele garoto, a contar sobre isso aos nossos pais, sequer citar – ela se aproxima ávida – caso contrário, eu conto sobre o gato.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now