15. Any Song

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Ás oito da noite, pelo som alto, as gritarias que atravessam as paredes e até mesmo o barulho de pulos na piscina, a festa está saindo como Diane prometeu pelos corredores do St. Martin. Tínhamos uma casa enorme e sem meu pai por perto, se transforma no lugar perfeito para adolescentes beberem e fazerem coisas inapropriadas.

E eu não sai uma vez sequer do meu quarto para conferir, só tirei as conclusões de acordo com a barulheira. Antes de Diane começar a receber os convidados, busquei meu irmão no colégio e fomos a um supermercado comprar besteiras, com a ausência de adultos e das suas imposições de alimentação saudável, queríamos exagerar em carboidratos.

Oliver está jogando online com Becca, Tessa, vendo televisão na sala da sua casa enquanto faz as unhas e eu, escovando o pelo de Rhaegal, comendo pipoca que restou do filme que Oliver e eu vimos antes da vídeo-chamada.

Eu deveria estar estudando, mas é impossível fazer com o barulho da festa, certo?

– Então... – penso – Owen... Quer namorar você?

Falo pausadamente, após uma hora cronometrada ouvindo Tessa relatar minunciosamente sobre as conversas que teve com Owen nos últimos dias.

– Não sei – Tessa assopra as unhas – acho que sim? Estou refletindo... Você não chama uma amiga qualquer para ir na sua casa ver um filme? Chama a sua namorada!

Becca gargalha.

– Que inocente, Tessa! – Becca tenta recuperar o ar – Até parece que ele quer ver um filme.

– Teresa! – ouço um grito feminino abafado no fundo do vídeo da Tessa e ao espremer os olhos, identifico uma mulher no fim de um corredor – Hija, abaixa o som da televisão!

Si, mama – Tessa grita de volta e vejo duas crianças correrem atrás da garota.

– Teresa! – outro grito, sem origem – Não esquece de colocar o lixo para fora!

– Entendido, pai! – Tessa grita irritada e então, vejo uma senhora parar ao lado da Tessa, ela está falando em espanhol, bem rápido, mas consigo acompanhar algo sobre tomar o chá que fez para a garganta da neta, a morena então aproxima a câmera – Pessoal, essa é minha avó, Guadalupe, ela insiste em ser apresentada.

– Guadalupe Cruz – a senhora corrige e deixa o chá ao seu lado.

– Droga! – Becca grita e pelas explosões na tela do computador do Oliver, consigo ter uma noção do que possa ser – Porra, Lola, seu irmão é bom nisso, está despertando o meu lado obscuro e competitivo.

Oliver faz sinais rapidamente com as mãos e eu sorrio quando traduzo para a ruiva:

– Oliver disse que se você treinar mais talvez melhore, Becca – digo, colocando lenha na fogueira alta.

– Podemos focar em mim? – Tessa pisca os olhos – Sobre o meu futuro namoro? 

– Estou cansada de ouvir sobre Owen – Becca reclama – que tal mudarmos o tópico, tipo... O que você acha do Sankur?

– Sankur? – avó de Tessa fala de repente no fundo da sala – Muy guapo!

Eu acabo rindo muito, mais do que deveria.

– Sankur? – Tessa arqueia a sobrancelha e para de pintar as unhas – Você está afim do John, Becca?

– Quê? – a ruiva praticamente grita – Claro que não e...

– Por que se for, tem que prestar atenção – Tessa continua, sem dar ouvidos a justificativa da ruiva – ele é muito tímido, não sai com muitas garotas então pode ficar sem graça e... Ele é vegetariano, então...

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Où les histoires vivent. Découvrez maintenant