Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]

17. Chicken Noodle Soup

– Chegamos na mansão da Cinderela.

Fico corada ao sair do carro de Becca após a constatação. Tessa me ajuda a tirar a bicicleta do porta-malas meio aberto do carro – por não ter muito espaço para a própria – e a coloco na garagem antes de entrar.

Como é sexta-feira, decidimos liberar todo mundo do grupo para descansar por dois motivos:

Eu iria aprender algo novo com Rowan e porque sábado, no dia seguinte, começaríamos a treinar alguns movimentos de líderes de torcida, entre eles: subir alguém para o alto e segurar até que o escolhido fizesse alguma pose.

Combinei de irmos até a minha casa para discutir sobre as questões envolvendo o Cold Demons.

Ao abrir a porta da casa, os olhos das duas arregalam consideravelmente. Fico encolhida porque chamar atenção não é algo que eu gosto de fazer.

– Não acho que aqui seja a casa da Cinderela – Tessa fala boquiaberta – está mais para o palácio do príncipe.

– Realmente... – Becca murmura e se vira para mim – Agora entendo porque sua irmã fez festa aqui, é o lugar perfeito! Mas, é bom lembrar que apesar de concordar com ela nesse quesito, ela não deixa de ser uma pessoa má.

– É... – dou uma tossida falsa – Algo assim.

– Onde está o restante da família? – Tessa indaga se olhando num grande espelho que fica na entrada.

– Meu pai e minha madrasta estão trabalhando – explico – Diane sempre volta no mesmo tempo que eles, maioria das vezes diz pro meu pai que está com algumas amigas e... Hoje é sexta, Oliver começou a fazer aula de espanhol, depois vai para a aula de tênis.

– Espanhol? Tênis? – Tessa fala surpreendida – Como esperado da família Fontaine.

– Afazeres de rico – Becca concorda e olha para o vaso chinês, fingindo encostar o dedo – isso é caro?

– Consideravelmente – dou uma risada.

As duas começam a reparar em tudo em minha casa e eu me distraio quando vejo Mary na sala. Tessa e Becca a cumprimentam, apresento a governanta para ambas e antes que subíssemos, Mary puxa meu braço de leve.

Ela acaba me levando até a cozinha e as garotas nem notam a minha saída por estarem experimentando o sofá da sala de visita.

– Algum problema, Marie? – falo preocupada com seus olhos arregalados.

– Seu pai soube que você trouxe suas amigas?

– Eu... Talvez tenha me esquecido de avisar.

– Isso é uma boa ideia, Lola? Você sabe que seu pai é bastante criterioso, gosta de tudo em ordem.

– Fique tranquila – garanto – elas irão embora antes dele chegar.

Mary fica tranquilizada com as minhas palavras e acaba cedendo, perguntando se queríamos alguma coisa para comer e eu respondo que não será necessário, para ela não ter trabalho extra.

Fomos direto para o meu quarto, após um tour pela casa. Como eu tinha trocado minhas aulas com Cassandra para terça e quinta, já que ter aula de dança e depois ensaio com Rowan, acabou exigindo demais, as tardes na sexta ficaram liberadas para mim... E para Tessa que prometeu que iria trabalhar sábado à noite na loja de conveniência.

Quando abro a porta do meu quarto, elas não chocam com os tons de rosa pastel em todo os cantos.

– Sabe de uma coisa? – Becca dá um sorriso e pula Rhaegal que está no centro do quarto – Eu não imaginaria seu quarto diferente disso.