23.2. Roller Coaster

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LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!!

Eu nunca mais irei pedir para Charlie escolher algum brinquedo no parque de diversões. Isso foi uma péssima e horrível ideia. Com certeza. Depois do fliperama, ele escolheu o próximo brinquedo e o pior de todos: A Casa de Horrores.

Um labirinto que na verdade é só uma trilha dentro de uma casa grande, escura, com luzes sombrias piscando repetidamente e com homens fantasiados brotando do nada para te causar susto e tirar toda a vida que você guarda dentro de si.

Fiquei tentada em dizer não para essa experiência, mas mesmo bêbado, ele parecia estar tão animado que resolvi apenas acompanha-lo.

E foi uma péssima ideia.

Não tínhamos alcançado nem metade do caminho e eu já tinha gritado mais de sete vezes. Charlie, ao invés de se simpatizar com a minha dor, começou a rir. A oitava figura de terror era uma mulher toda vestido de preto com sangue por todas as partes e olhos esbugalhados.

Eu tive um semi-infarto, precisei me apoiar em um lugar isolado naquele momento de terror para recuperar o ar que tinha escapado.

– Essa foi uma ótima experiência! – Charlie fala ao meu lado, dando alguns tapinhas em minhas costas, como se aquilo fosse resolver todo o problema.

– Eu não concordo muito – digo recuperando o ânimo – vamos até o final? Não vou aguentar muito tempo aqui dentro.

– Se está com tanto medo, pode segurar minha mão.

Ele nem me deu chance de responder, foi logo segurando a minha mão e me guiando no meio da escuridão, no meio personagens horripilantes e gargalhando dos meus sustos com tudo que se movia ali dentro.

Quando saímos, continuamos de mãos dadas e talvez aquilo me ajudou a ter uma experiência melhor na Casa de Horrores e nessa coisa de encontro. Rodamos por todo o parque, vez ou outra eu vi Sankur e Alex por perto, me lançando uma joinha no ar.

Depois de muita discussão entre mim e o nadador, como se fosse uma questão muito essencial para o futuro da humanidade, decidimos para onde ir, o mais improvável impossível e proposto pelo próprio Charlie que me deixou bem impressionada: Carrossel.

– Owen e Barry acha que carrossel é coisa de criança – Charlie me explica quando vê o espanto em meu rosto – eu acho que não é nada demais ir em um carrossel.

– Mas você está um pouco bêbado – digo preocupado com o seu estado – e se ficar dando muitas voltas...

E se ele vomitar que nem o Rowan o que eu vou fazer?

– Vou ficar bem, Loirinha – ele dá um sorriso todo abobado – não se preocupe, apesar de ser fofo você se preocupando comigo.

Dou uma risada toda constrangida.

Apesar de estar meio alterado, Charlie está visivelmente consciente das coisas então me convenço com suas palavras. Atravessamos o parque até o nosso destino e começo a fantasiar sobre e como parece o cenário perfeito: Charlie e eu lado a lado em um Carrossel, uma música romântica no fundo. Mesmo que isso tivesse incluído minha preocupação com a saia do vestido que parecia querer subir toda vez que eu tentava me mexer no cavalo, podendo revelar minha calcinha de morangos.

Eu não nego que foi divertido e o rumo daquelas simples voltas em cima de cavalos de mentiras se transformou em algo surreal. Charlie subiu em cima do cavalo, ficando agachado, ameaçando ficar em pé.

As crianças que estão ali começam a rir dele, ao contrário de mim, que não posso sair do meu banco, mas abano a mão no ar, ralhando com ele, implorando para que se abaixasse e sobre os perigos de cair e bata a cabeça em algum lugar. Ele me obedece, se senta, mas levanta as pernas para o ar e deita o corpo um pouco para atrás.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now