5. My Time

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Can I someday finna find my time?

- Jungkook

– Por que ela está tão calada hoje? – cochicho ao lado da Tessa.

– Ela está fazendo a lista – Tessa cochicha de volta.

Aquela lista?

Aquela mesmo, veja como ela está focada, aposto que não fica focada assim em nenhuma aula.

– Eu consigo ouvir vocês duas – Becca anuncia com frieza, sem tirar os olhos do caderninho, obrigando Tessa e eu a nos calarmos, tentando esconder os sorrisos que ansiavam escapar.

Faz dois dias que adotei um gato com Charlie e dois dias que Becca vem armando planos mirabolantes para contra-atacar Hope Simmons. Ela vem anotando tudo em um caderninho cinza riscado, mordendo a unha preta do dedo indicador enquanto refletia sobre novos planos.

Nós três estamos sentadas em um conjunto de bancos e uma mesa larga, próximo ao campo de futebol, já que Becca quer evitar qualquer tipo de contato com Hope no refeitório depois do que ela tinha feito dias atrás. A parte boa é que está fazendo bastante calor e o lugar é todo arejado.

– Ei, Becca! – um grito de algum garoto atrai nossa atenção, ele está alguns metros de distância, pela jaqueta vermelha característica que usa, não está chamando a ruiva por um bom motivo – Quando iremos ver seu sutiã de renda mais uma vez?

Becca dá um sorriso de ódio e de repente, joga o caderninho de lado e sobe em cima do banco, para poder ficar mais alta que eles.

– Qual sutiã? Aquele que peguei emprestado da sua mãe, seu filho da puta? – Becca grita de volta e mostra o dedo médio.

O garoto não fica feliz com a resposta dela, mas os amigos o impedem de chegar perto de Becca, tentando fazer com que ele se acalmasse.

– É a segunda merda do dia – Becca retorna a se sentar no banco, pegando o caderninho de volta – eu juro que vou acabar enfiar o bico do meu coturno no ânus de algum deles.

Tessa e eu trocamos olhares preocupados, toda ameaça que vem de Becca Evans, não é uma mera ameaça, é uma possível promessa de algo que pode acontecer.

– É só ignorar, Becca – tento acalmar os ânimos da garota – atacando de volta não vai melhorar em nada.

– Talvez melhore – a ruiva insiste.

– Eu até apoio sobre chutar traseiros, mas... Vamos mudar de assunto que tal falarmos de coisa interessante? – Tessa coloca uma porção de papeis em cima da mesa e se vira mais para mim – Ontem à noite não tive tempo, mas consegui fazer as primeiras peças com os tecidos velhos que comprei.

– Uou – pego um croqui em que a garota tem cabelo cacheado comprido como o meu, usando roupas claras, exatamente o meu estilo – essa daqui é para mim?

– Eu me inspirei em você, na verdade – Tessa fala sorridente – um estilo meio patricinha fofa, estou tentando fazer coisas diferentes dessa vez.

– Você faz roupas? E por que parece que eu sou a única que não sabia de nada? – Becca larga o caderninho de lado e eu me encolho com o seu tom de acusação – Temos um grupo e nunca fiquei sabendo disso.

Tessa e eu nos entreolhamos, o assunto das roupas tinha surgido minutos antes de entrarmos no St. Martin e dar de cara com todas aquelas fotos íntimas de Becca pregadas em todos os canto, depois disso, foi uma conversa que foi esquecida.

– Bom... – Tessa pigarreia, visivelmente desconfortável – Eu nunca comentei porque pensei que você não ligava para esse tipo de coisa, falar sobre moda, roupas, imaginei que talvez você achasse tudo... Fútil.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now